Jorge Martins Cardoso

 

Um eterno aprendiz



Textos

A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... "A Televisão é como as torradeiras: carrega-se no botão e sai sempre a mesma coisa". (Alfred Hitchcock).

A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE...

      Hoje, domingo, seis de setembro de 2015, os primeiros raios solares fizeram-me acordar muito cedo e bem disposto. A primeira providência foi tomar um revitalizante banho de chuveiro no meu Lar Doce Lar. A seguir bebi um copo de café preto bem quente. Depois acendi um perfumado e saboroso cigarro Hollywood Original, tomando o devido cuidado de depositar as cinzas num cinzeiro de cristal, o que não é muito comum para os meus padrões econômicos. Justifica-se o ato e o fato. Afinal, fumar cigarros convencionais hoje em dia está se tornando uma coisa luxuosa. E para luxo, um cinzeiro de luxo.
       A próxima providência foi visitar meu irmão Henrique, no Hospital da Polícia Militar de Sergipe, pois hoje é o dia do aniversário dele. Encontrei-o com a saúde em boas condições de recuperação, e, provavelmente amanhã ou depois de amanhã ele estará de volta para o Lar Doce Lar. Tudo bem e ainda bem.  
      Ao retornar à minha residência, o próximo passo foi pegar a minha bicicleta e dirigir-me a um jardim muito especial. Pedalei rapidamente, pois tinha em mente conversar seriamente com um grupo de BEIJA-FLORES.  
     Na noite anterior estava um pouco apreensivo, diante da gravidade do assunto a ser tratado, que estava excitando progressivamente os meus neurônios cerebrais.
      A bicicletada durou aproximadamente quatro horas até chegar ao local ajardinado. O jardim especial possui uma área de 5.000 quilômetros quadrados. O jardim está no centro de um frutífero pomar, que possui 6.000 quilômetros quadrados. No pomar existem centenas de abacateiros, jabuticabeiras, jaqueiras (jaca mole e jaca dura), mangueiras (mangas rosa e espada), sapotizeiros... Em suma, meia centena de diferentes árvores frutíferas.
      Em volta do pomar existe um bosque com árvores frondosas, com uma área de 10.000 quilômetros quadrados. Somando a área do jardim, com a do pomar e com a do bosque a área total chega a aproximadamente 21.000 quilômetros quadrados.
      Em toda esta área geográfica só existem ciclovias. E o que é mais curioso é que as ciclovias são de paralelepípedos. Os construtores não suportavam e nem suportam asfalto, muito menos petróleo, o chamado “ouro negro”.
      Na área central do jardim existe uma única casa bastante confortável, com várias redes ortopédicas. Nas proximidades da casa existe uma exuberante cachoeira ecológica. Após a demorada bicicletada tomei um gostoso banho, pois ninguém é de ferro. Após o banho ecológico, descansei numa das redes ortopédicas. Acendi mais um cigarro Hollywood Original, tomando mais uma vez o cuidado de depositar as cinzas num cinzeiro de barro. Fiquei matutando, pensando e refletindo longamente...
      Por volta das 15 horas peguei meu celular tecnológico, que possui quinhentos botões e comecei a telefonar para os queridos BEIJA-FLORES. Teclei o celular cem vezes, pois cada botão era exclusivo para 100 colibris. Em relação aos outros 400 botões ainda não podemos revelar a utilidade dos mesmos. As chamadas seguiram a seguinte seqüência:
      01 – 10 beija-flores Auto-Hemoterapeutas.
      02 – 10 beija-flores Biólogos.
      03 – 10 beija-flores Cientistas.
      04 – 10 beija-flores Ecologistas.      
      05 – 10 beija-flores Físicos.
      06 – 10 beija-flores Fisiologistas.
      07 – 10 beija-flores Literatos.
      08 – 03 beija-flores Médicos.
      09 – 10 beija-flores Naturalistas.
      10 – 04 beija-flores Pacifistas.
      11 – 03 beija-flores Químicos.
      12 – 10 beija-flores Somaterapeutas.

      Os 100 beija-flores chegaram pontualmente às 16 horas, com uma surpreendente novidade. Todos vieram pedalando multicoloridas bicicletas! E todos estavam extremamente alegres. Depois que desceram das bicicletas, todos eles saíram voando rapidamente para beijar dezenas de flores. Só depois voaram em minha direção.
      A reunião estava prevista para durar apenas uma hora e 100 segundos. Pois bem. A reunião só terminou no dia seguinte às 16 horas e 100 segundos, devido à biodiversidade de opiniões.
      Inicialmente e respeitosamente pedi licença aos beija-flores para expor minhas apreensões, que estavam excitando meu sistema nervoso central, meu sistema nervoso simpático, meu sistema nervoso parassimpático, meu sistema nervoso periférico e até o meu sistema nervoso espiritual. Fui curto e diplomático: 1º - Responder à Rede Globo de Televisão! 2º - Responder à Rede Record de Televisão! 3º - Qual a prioridade dos meus artigos? 4º - O que vocês decidirem será imediatamente acatado por mim.  
      Deixei os beija-flores conversando e dialogando à vontade e voltei para minha rede ecológica. Peguei um livro novo que tratava de um assunto novo. Novo? Na verdade era uma cópia de um livro mais ou menos “novo” que fala de coisas muito antigas. Ou seja, fala da BÍBLIA.
      No dia seguinte acordei-me sem excitações neurológicas. Após o café da manhã fui bicicletar minha bicicleta. Pedalei até o pomar e lá comi algumas jabuticabas, alguns bagos de jaca e três mangas rosa. Foi o meu almoço. De volta, voltei a bicicletar minha bicicleta. Cheguei a casa ajardinada por volta das 15 horas e 30 minutos. Cumprimentei os beija-flores e perguntei-lhes qual era o veredicto. Depois de 20 minutos, um dos beija-flores foi indicado pelos outros para se pronunciar.
      O beija-flor escolhido era um Somaterapeuta que disse o seguinte: 1º - Concluir o valioso trabalho sobre SOMATERAPIA. 2º - Concluir o cuidadoso trabalho sobre A LIBERDADE de fumar... 3º - Escrever artigos que envolvam política e saúde 4º - Responder à Rede Record. 5º - Responder à Rede Globo.  
      Nem pestanejei. Concordei plenamente e agradeci penhoradamente. A reunião foi concluída com aplausos. Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia.
      
Aracaju, segunda-feira, sete de setembro de 2015.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE - 573
          
          
      Fonte: (1) – Nós.
    
jorge martins
Enviado por jorge martins em 07/09/2015


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