A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... "E eu impávida finjo que não tenho dono. Pontas de cigarro apagadas eu recebo. Um dia vou pegar fogo". (Clarice Lispector).
Auto-Hemoterapia, Dr. Fleming e os antibióticos... 11º Artigo Extra (XI) A LIBERDADE de fumar... 55ª parte No último artigo esqueci-me de dizer que o Shopping Jardins possui 10 (dez) salas de cinema. E já disse também que nunca assisti a um filme por lá. Nem pretendo assistir. Hoje, quarta-feira, 28 de outubro de 2015, mais uma vez fui despertado pelo meu Beija-Flor Arco-Íris, meu principal conselheiro. Chegou bem livre, bem leve e bem solto. E sempre risonho. Então ele cochichou no meu pé do ouvido: Sobre “A LIBERDADE DE fumar...”, o professor precisa ainda falar de dois assuntos. 1º assunto: AAA. 2º assunto: HHH. No entanto eterno aprendiz, fale primeiro em um 3º assunto: TTT. Concordei prontamente com ele. Conversei com os meus botões: O danadinho não se esquece de nada. Os botões responderam: Ele faz Ozonioterapia! Fiz de conta que não ouvi direito... O 3º assunto (TTT), é que hoje (28-10-2015), às 19 horas, será celebrada uma Santa Missa na Igreja Nossa Senhora Menina, localizada na Rua Itabaiana nº 719, Bairro São José, em homenagem à Senhora Deruchet Martins, que está completando 100 anos de vida. Tia Deruchet é viúva do meu saudoso tio Nelson Ferreira Martins, o qual era irmão de minha saudosa mãe Maria Martins Cardoso. Por motivo de força maior não poderei comparecer. Pedi então ao Beija-Flor Arco-Íris que avisasse às flores que irão comparecer à Santa Missa que elas fossem mais bonitas e mais perfumadas. O pedido foi feito imediatamente, e todas as flores ficaram mais alegres, e responderam positivamente ao solicitado pelo Beija-Flor Arco-Íris. Afinal os beija-flores são os eternos enamorados das flores. E a paixão entre eles é infinita. Estarei bem representado! Alguém duvida? Fica então aqui registrado no meu artigo-diário, ou diário-artigo, o centenário de minha querida tia Deruchet Martins. Parabéns! O 1º assunto é que eu prometi voltar a falar sobre o livro “Tabagismo – Sério Problema de Saúde Pública”, cujo autor é o médico José Rosemberg. O 2º assunto foi superficialmente comentado no dia 10 de julho de 2015, no artigo “A LIBERDADE de fumar...” 31ª parte, Código do texto: T5305769, que começa assim: A LIBERDADE... “Após o homicídio culposo duplamente qualificado...”. No texto fiz algumas observações. Eis a 6ª observação – Mais adiante contaremos a história de um químico que atuou durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que, depois de contada, acho que os leitores vão passar a acreditar que a habitual nicotina não passa de um “doce remédio”, ou mesmo de um “doce mel”. Então estamos de volta ao 1º assunto, ou seja, sobre o livro “Tabagismo – Sério Problema de Saúde Pública”. Vejamos um pouco da biografia do Dr. José Rosemberg. Academia de Medicina de São Paulo. Fundada em 07 de março de 1895. www.academiamedicinasaopaulo.org.br Por Helio Begliomini (1). José Rosemberg (1909-2005) foi Membro Honorário da Academia de Medicina de São Paulo, tendo sido admitido no dia sete de março de 1997. José Rosemberg nasceu aos 19 de setembro de 1909, em Londres, Inglaterra. Era filho de Emanuel Rosemberg (australiano) e de Eugenia Rosemberg (polonesa). Veio para o Brasil aos seis anos, naturalizando-se brasileiro. Residiu em São José dos Campos (SP) em busca de clima tropical, aconselhado como auxiliar, no tratamento da tuberculose que acometera seu pai, que conviveu com a doença até os 86 anos. (a). Graduou-se em farmácia, em 1928, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, hoje, Universidade Federal Fluminense. Seu engajamento na vida política brasileira começou enquanto cursava medicina, no Rio de Janeiro, quando participou da organização denominada “Juventude Comunista”. Atuou posteriormente na “Aliança Nacional Libertadora”, em São José dos Campos, onde se encontrava durante o movimento conhecido como a “Intentona Comunista”, em 1935. Seus primeiros passos como estudante de tisiologia foram dados no Hospital São Sebastião no Rio de Janeiro, junto com Arlindo de Assis, a quem o descreve como “grande bacteriologista e pai do BCG (2) no Brasil”. Sua veia literária e sua paixão pelas artes impulsionaram-no a participar, ainda nos tempos da faculdade, como figurante de algumas peças encenadas no “Teatro Municipal do Rio de Janeiro”, além de aproximá-lo da “vida boêmia” da capital brasileira e do famoso “Café Nice”, que frequentava junto com “Noel Rosa”, (b) “Almirante”, (c) “Manuel Bandeira”, (d) entre outros. A vasta cultura literária de José Rosemberg e seu interesse pela linguagem teatral levaram-no também a dirigir peças de teatro e a “organizar atos com tuberculosos em São José dos Campos”, para onde retornou depois de formado em medicina. Graduou-se em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1934. No início de sua vida profissional atuou como médico no Sanatório Vicentina Aranha e foi diretor clínico dos Sanatórios Vila Samaritano e Ezra, em São José dos Campos, participando da criação da Liga de Assistência Social e Combate à Tuberculose daquela cidade, a qual viria a presidir. Antes de se instalar definitivamente em São Paulo, esteve em Campos do Jordão (SP), onde permaneceu durante o período de 1940 a 1942, atuando no Sanatório Ebenezer como diretor clínico. Na cidade de São Paulo iniciou sua trajetória como clínico especializado em doenças pulmonares e, a partir de 1945, vinculou-se à Divisão do Serviço de Tuberculose da Secretaria de Saúde Pública e Assistência Social do Estado. Foi nomeado, em 1946, chefe do Dispensário Modelo da Consolação, vinculado à divisão, onde mais tarde organizou-se o Instituto Clemente Ferreira (3). Foi nesse instituto que dedicou grande parte de sua vida profissional, dirigindo-o durante o período de 1948 a 1966, e partilhando sua dedicação com a Divisão de Tuberculose do Estado de São Paulo, da qual esteve à frente no período de 1955 a 1963. Na área do serviço público em tisiologia atuou ainda como representante regional da Campanha Nacional Contra a Tuberculose no Estado de São Paulo (1952-1963), tendo sido membro do Comitê Científico de Assessoramento em Tuberculose do Ministério da Saúde. Além disso, assumiu a função de Perito da Organização Mundial de Saúde de 1951-1976. A aposentadoria no Instituto Clemente Ferreira, em 1966, e a preocupação com a formação de recursos humanos e o desenvolvimento de pesquisas na área de pneumologia e tisiologia, levaram-no a se dedicar de forma mais profunda ao ensino na Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde já era professor titular desde 1955. Em sua trajetória nessa instituição de ensino participou da criação da disciplina de tisiologia e pneumologia e ocupou a direção da faculdade durante o período de 1967-1972. Foi professor titular de tuberculose e doenças pulmonares durante mais de quatro décadas! Ele fazia questão de frisar que essa disciplina tinha como objetivo habilitar profissionais para o cuidado da tuberculose de forma integral, incluindo a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento. José Rosemberg foi uma das primeiras vozes que colocou, no Brasil, o tema tabagismo. Já tinha um reconhecimento nacional e internacional no controle da tuberculose quando, na década de 1970, com mais de 60 anos de idade, entrou de forma corajosa em um tema novo que não tinha ainda nenhuma base nacional. Ele veio a público, falou com a imprensa, ensinou seus alunos, escreveu livros, cruzou o País desfraldando a bandeira de luta contra o tabaco sendo, portanto, iniciador de uma massa crítica brasileira no combate ao fumo. Foi presidente do I Congresso Brasileiro sobre Tabagismo realizado no Rio de Janeiro, em 1994; presidente de honra dos quatro congressos seguintes ocorridos, respectivamente, em Fortaleza (1996), Porto Alegre (2000), Brasília (2002) e Belo Horizonte (2004). Em sua luta contra o tabagismo foi membro do Grupo Assessor do Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo no Brasil (1985-1993); presidente do Comitê Coordenador do Controle do Tabagismo no Brasil (1987-2005); membro da Câmara Técnica de Tabagismo do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca-MS (4) (1993-2005); e assessor técnico em tabagismo da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (1999 a 2001). Foram muitas as condecorações e os títulos honoríficos que lhe foram outorgados por instituições governamentais e ONGs (5), dentre as quais se salientam: medalha “Tabaco e Saúde” da Organização Mundial de Saúde (OMS) pelas pesquisas e luta contra o tabaco no Brasil (1991); “Presidente Honorário” do Comitê Latino-Americano do Controle de Tabagismo (México, 1995); “Mérito pela Valorização da Vida” da Secretaria Nacional Antidrogas da Presidência da República (2002); e reconhecimento público por sua luta antidrogas pela Secretaria de Justiça e Defesa do Cidadão do Estado de São Paulo (2002). José Rosemberg publicou 14 livros e mais de duzentos artigos científicos em revistas médicas nacionais e estrangeiras. Dentre suas obras relacionadas ao tabagismo têm-se: Tabagismo: Fisiopatologia e Epidemiologia (1977); Tabagismo: Sério Problema de Saúde Pública (1981) - obra laureada pela Academia Nacional de Medicina; Métodos para Deixar de Fumar (em coautoria com Vera Luíza da Costa e Silva, 1986); Tabagismo e Câncer (1991); Informações Básicas sobre o Tabagismo (1996); Cartilha sobre Tabagismo (1997); Temas sobre o Tabagismo (1998); Nicotina (1999); Pandemia do Tabagismo. Enfoques Históricos e Atuais (2002); e Nicotina: Droga Universal (em coautoria com Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg e Marco Antonio de Moraes) – (2003). José Rosemberg ingressou como membro titular da Academia de Medicina de São Paulo em sete de marco de 1997, tornando-se membro honorário desse sodalício. As repercussões científicas e práticas de seu trabalho; suas pesquisas sobre a vacinação BCG indiscriminadas (direct vaccination); a proteção antileprótica pelo BCG e o tabagismo e seus malefícios à saúde, alçaram-no ao umbral das grandes personalidades médicas do século XX. José Rosemberg faleceu aos 96 anos de idade, na cidade de São Paulo, no dia 24 de novembro de 2005. (1) – Helio Begliomini – Titular Emérito da cadeira nº 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo Patrono é Benedicto Augusto de Freitas Montenegro. (2) – BCG: Bacilo Calmete-Guérin. (3) - Clemente Miguel da Cunha Ferreira é o patrono da cadeira nº 24 da Academia de Medicina de São Paulo. (4) - Inca-MS: Instituto Nacional do Câncer do Ministério da Saúde. (5) - ONGs: Organizações não Governamentais. (a) – Observa-se que o pai do Dr. José Rosemberg era portador de tuberculose e deve ter morrido em consequência de alguma patologia pulmonar (causa mortis terminal). “Provavelmente” deve ter sido fumante. Deve ter ficado no filho médico, o trauma da morte do pai. Pessoalmente conheço vários casos de filhos que não suportam cigarros porque o pai teve tuberculose e era fumante. Há de se fazer aqui uma indagação: Dr. José Rosemberg foi fumante? Ele gostava da boemia... No meu caso, por exemplo, eu não suporto jogos de azar. Por qual motivo? Meu pai era viciado em carteados (jogos de azar). Ficou o trauma, ou, vários traumas. (b) Noel Rosa - (1ª versão). Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira. BIOGRAFIA. Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Síndrome de Pierre Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular. Nascido na Rua Teodoro da Silva número 130, no bairro carioca de Vila Isabel, foi primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio de São Bento, onde apesar da inteligência notável, não era aplicado nos estudos. Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da “boemia carioca”. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito. Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Festa no Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica (Noel Rosa X Wilson Batista) travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida. Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, BEBIAM, FUMAVAM, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor. Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava ao samba, à BEBIDA e ao CIGARRO, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: “Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/CREIO QUE FIZ MUITO MAL/EM DESPREZAR O CIGARRO/Pois não há material/Para o exame de escarro". Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA. Dentre os livros a respeito do artista, duas obras são de grande importância para se estudar Noel Rosa: • No Tempo de Noel Rosa, escrita pelo amigo Almirante, e a essencial Noel Rosa: Uma Biografia de João Máximo e Carlos Didier. Outros livros. • Noel Rosa e sua época (Jacy Pacheco), a primeira biografia sobre Noel, publicado em 1955. • O Cantor da Vila (Jacy Pacheco), publicado em 1958. • Noel Rosa: Língua e Estilo (Castellar de Carvalho e Antonio Martins de Araujo) • Songbook Noel Rosa 1, 2 e 3 (Almir Chediak) • Noel Rosa: Para Ler e Ouvir (Eduardo Alcantara de Vasconcellos) • O Jovem Noel Rosa (Guca Domenico) • O Estudante do Coração e O Sol nasceu para todos: a História Secreta do Samba (Luis Carlos de Morais Junior), publicados em 2010 e 2011 • Noel Rosa: Poeta da Vila, cronista do Brasil. (Luiz Ricardo Leitão), publicado em 2009. • Noel Rosa o poeta do samba e da cidade. (André Diniz), publicado em 2010. • Noel Rosa: o humor na canção. (Mayra Pinto), publicado em 2012. CINEMA. Filmes sobre Noel. Noel Rosa já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Chico Buarque no filme O Mandarim (1995) e Rafael Raposo no filme Noel - Poeta da Vila (2006). O primeiro longa-metragem sobre o compositor, Noel - Poeta da Vila, foi baseado na biografia de Máximo e Didier e dirigido por Ricardo van Steen. Teve sua estreia no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2006 e na 30ª Mostra de Cinema de São Paulo. Entrou em circuito em agosto de 2007, ano que marcou os 70 anos da morte do poeta do samba. Antes deste filme, outros filmes, de curta e média-metragem, foram realizados sobre Noel Rosa. O próprio Ricardo Van Steen, realizador de Noel - Poeta da Vila, dirigiu um curta-metragem, Com Que Roupa? (1997), com Cacá Carvalho no papel de Noel Rosa. Rogério Sganzerla (1946-2004), um dos principais nomes do chamado Cinema Marginal, era fascinado pela vida e obra de Noel Rosa, e planejava fazer o seu próprio longa-metragem. O projeto acabou não vingando, mas durante esta espera, realizou dois documentários, um de curta-metragem, Noel Por Noel (1978), e um de média-metragem, Isto é Noel Rosa (1991). Em O Mandarim (1995) — uma representação experimental da vida do cantor Mário Reis — Júlio Bressane (outro representante do Cinema Marginal) chama Chico Buarque para interpretar Noel Rosa. Em 1994, Alexandre Dias da Silva descobre um filme raríssimo — o curta-metragem Vamo Falá do Norte (1929), de Paulo Benedetti, com a única imagem filmada de Noel Rosa, junto com o Bando de Tangarás — e, com texto de José Roberto Torero e cenas de cinejornais e filmes de 1929, realiza o curta-metragem O Cantor de Samba. No mesmo ano, Noel Rosa se torna personagem do curta-metragem de ficção Bar Babel, realizado no Paraná por Antônio Augusto Freitas. Em 1998, Antonio Paiva Filho escreve e dirige, em vídeo, uma ficção inspirada no célebre samba de Noel Rosa Coração, presente mesmo no título: A Paixão Faz Dor no Crânio Mas Não Ataca o Coração. E em 1999, André Sampaio realiza uma ficção experimental, Polêmica, a partir da famosa polêmica musical entre Noel Rosa e Wilson Batista. Trilhas musicais para o cinema. Antes de ser tema de filmes, a música de Noel Rosa esteve presente em um sem-número de filmes brasileiros. Mesmo enquanto o Poeta da Vila ainda era vivo: na comédia musical Alô, Alô, Carnaval, de Adhemar Gonzaga (produção Cinédia — 1936), duas marchas de carnaval de Noel Rosa estavam em sua trilha sonora: Pierrot Apaixonado (parceria com Heitor dos Prazeres) e Não Resta a Menor Dúvida (parceria com Hervé Cordovil). No mesmo ano, compôs seis músicas, em parceria com Vadico, para o filme Cidade-Mulher, de Humberto Mauro (produção Brasil-Vita): a música-título do filme (interpretada por Orlando Silva), Dama do Cabaré, Tarzan, O Filho do Alfaiate, Morena Sereia, Numa Noite à Beira-Mar e Na Bahia. Outros filmes de destaque com músicas de Noel Rosa em sua trilha sonora foram os realizados por Carlos Alberto Prates Correia, outro grande admirador de sua música: em Perdida (1975), a gravação original de Quem Dá Mais? (1932), na voz do próprio Noel Rosa, serve de fundo para uma cena… digamos… didática, passada num bordel. Em Cabaret Mineiro (1980) — grande premiado no Festival de Gramado de 1981 — Pra Esquecer — com Tavinho Moura e regional — e Nunca… Jamais! - com Tavinho Moura, Silvia Beraldo e regional — tem a mesma função de reforço da ironia em duas sequências do filme. TEATRO. Sua vida foi objeto de um excelente drama de Plínio Marcos — O Poeta da Vila e seus Amores — encenado no Teatro Popular do Sesi. Foram mais de dois anos ininterruptos em cartaz. “Foto: Um garçom serve Noel Rosa; estátua localizada na entrada de Vila Isabel, Rio de Janeiro”. Em 2010, cem anos depois do seu nascimento, o GRES Unidos de Vila Isabel, escola de samba sediada na Zona Norte do Rio de Janeiro, no bairro de Vila Isabel, levou Noel Rosa como seu enredo do carnaval de 2010. Fez-se um desfile em sua homenagem, com o samba intitulado Noel: A Presença do "Poeta da Vila", de autoria do compositor Martinho da Vila. O desfile realizado pela Unidos de Vila Isabel se deu na segunda-feira de carnaval, dia 15 de Fevereiro de 2010. A escola foi a quinta escola a desfilar e o resultado oficial rendeu à escola a quarta colocação na ordem oficial de apuração dos pontos pela LIESA. CANÇÕES. Foram 259 composições criadas por Noel: • Ingênua (com Glauco Viana), 1928/1930 • Com que roupa? 1929 • Festa no céu 1929 • Minha viola 1929 • A.B. Surdo, (com Lamartine Babo) 1930 • Bom elemento, (com Euclides Silveira, o Quidinho) 1930 • Devo esquecer (com Gilberto Martins), 1930 • Dona Aracy 1930 • Dona Emília, (com Glauco Vianna) 1930 • Eu vou pra vila 1930 • Gago apaixonado, 1930 • Lataria (com João de Barro e Almirante), 1930 • Malando medroso 1930 • Meu sofrer (com Henrique Britto), 1930 • Quem dá mais (Leilão do Brasil) 1930 • Sorriso de criança 1930 • Vou te ripar 1930 • Adeus (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1931 • A.E.I.O.U. (com Lamartine Babo), 1931 • Agora 1931 • Coração 1931 • Cordiais saudações 1931 • É preciso discutir 1931 • Espera mais um ano 1931 • Esquecer e perdoar (com Canuto), 1931 • Estátua da paciência (com Jerônimo Cabral), 1931 • Eu agora fiquei mal (com Antenor Gargalhada), 1931 • Fiquei sozinha (com Adauto Costa), 1931 • Gosto, mas não é muito (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1931 • Já não posso mais (com Pururuca, Canuto e Almirante), 1931 • Julieta (com Eratóstenes Frazão), 1931 • Mão no remo (com Ary Barroso), 1931 • Mardade de cabocla 1931 • Mentiras de mulher 1931 • Mulata fuzarqueira, 1931 • Mulato bamba (Mulato forte) 1931 • Nega, (com Lamartine Babo) 1931 • Nunca... Jamais 1931 • Palpite (com Eduardo Souto), 1931 • Pesado 13 (paródia do tango El penado, de Agustin Magaldi, Pedro Noda e Carlos Pesce), 1931 • Picilone 1931 • Por causa da hora 1931 • Por esta vez passa 1931 • O pulo da hora 1931 • Que se dane (com Jota Machado), 1931 • Rumba da meia-noite (com Henrique Vogeler), 1931 • O samba da boa vontade (com João de Barro), 1931 • Sinhá Ritinha, (com Moacir Pinto Ferreira) 1931 • Só pra contrariar (com Manoel Ferreira), 1931 • Você foi o meu azar (com Arthur Costa), 1931 • Ando cismado (com Ismael Silva), 1932 • Araruta (com Orestes Barbosa), 1932 • Assim sim (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1932 • Até amanhã 1932 • Dona do lugar (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1932 • E não brinca não (Não brinca não) 1932 • É peso (com Ismael Silva), 1932 • Escola de malandro (com Orlando Luiz Machado e Ismael Silva), 1932 • Estamos esperando 1932 • Felicidade (com René Bittencourt), 1932 • Fita amarela 1932 • Fui louco (com Alcebíades Barcelos, o Bide), 1932 • Mas como... Outra vez? (com Francisco Alves), 1932 • Mentir (Mentira necessária) 1932 • Mulher indigesta 1932 • Não faz, amor (com Cartola), 1932 • Não há castigo (com Ernesto dos Santos, o Donga), 1932 • Não me deixam comer 1932 • Nuvem que passou 1932 • Para me livrar do mal (com Ismael Silva), 1932 • Prazer em conhecê-lo (com Custódio Mesquita), 1932 • Primeiro amor (com Ernani Silva), 1932 • Qual foi o mal que eu te fiz? (com Cartola), 1932 • Quem não dança 1932 • Quero falar com você (com Lauro dos Santos, o Gradim), 1932 • A razão dá-se a quem tem (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1932 • Rir (com Cartola), 1932 • São coisas nossas (Coisas nossas) 1932 • Sem tostão 1932 • Seu Jacinto 1932 • Tenentes do diabo (com Visconde de Bicohyba e Henrique Vogeler), 1932 • Tenho um novo amor (com Cartola), 1932 • Tudo o que você diz 1932 • Uma jura que fiz (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1932 • Vitória (com Romualdo Peixoto, o Nonô), 1932 • Amor de parceria 1933 • Arranjei um fraseado 1933 • Capricho de rapaz solteiro 1933 • Contraste 1933 • Cor de cinza 1933 • De qualquer maneira (com Ary Barroso), 1933 • Deus sabe o que faz (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Dono do meu nariz (paródia de Dona da minha vontade, de Francisco Alves e Orestes Barbosa), 1933 • Estrela da manhã (com Ary Barroso), 1933 • Esquina da vida (com Francisco de Queirós), 1933 • Eu queria um retratinho de você (com Lamartine Babo), 1933 • Feitio de oração (com Osvaldo Gogliano, o Vadico), 1933 • Filosofia (com André Filho), 1933 • Habeas-corpus (com Orestes Barbosa), 1933 • Isso não se faz (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Já sei que tens um novo amor (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Meu barracão 1933 • Não digas (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Não tem tradução (Cinema falado) 1933 • Nem com uma flor (com Francisco Alves), 1933 • Nunca dei a perceber (com Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Onde está a honestidade? (com Francisco Alves), 1933 • O orvalho vem caindo (com Kid Pepe), 1933 • Positivismo (com Orestes Barbosa), 1933 • Pra esquecer 1933 • Prato fundo (com João de Barro, o Braguinha), 1933 • Quando o samba acabou 1933 • Quem não quer sou eu (com Ismael Silva), 1933 • Rapaz folgado 1933 • Sei que vou perder (com Romualdo Peixoto, o Nonô e Alfredo Lopes Quintas), 1933 • Seja breve 1933 • O sol nasceu pra todos (com Lamartine Babo), 1933 • Sorrindo sempre (com Lauro dos Santos, o Gradim, Ismael Silva e Francisco Alves), 1933 • Três apitos 1933 • Vai haver barulho no chatô (com Walfrido Silva), 1933 • Vai para a casa depressa (cara ou coroa) (com Francisco Mattoso),1933 • Vejo amanhecer (com Francisco Alves), 1933 • Você, por exemplo (com Francisco Alves), 1933 • Você só... mente (com Hélio Rosa), 1933 • Boa viagem (com Ismael Silva), 1934 • Dama do cabaré 1934 • Feitiço da Vila (com Osvaldo Gogliano, o Vadico), 1934 • Fiquei rachando lenha (com Hervê Cordovil), 1934 • Linda pequena (com João de Barro), 1934 • O maior castigo que te dou 1934 • Mais um samba popular (com Osvaldo Gogliano, o Vadico), 1934 • Marcha da prima... Vera 1934 • A melhor do planeta (com Henrique Foreis Domingues, o Almirante), 1934 • Paga-me esta noite (paródia de Tell me tonight, de Mischa Spoliansky)1934 • As pastorinhas (com João de Barro), 1934 • Remorso 1934 • Retiro da saudade (com Antonio Nássara), 1934 • Se a sorte me ajudar (com Germano Augusto Coelho), 1934 • O século do progresso 1934 • Tenho raiva de quem sabe (com Zé Pretinho e Kid Pepe), 1934 • Tipo zero 1934 • Triste cuíca (com Hervê Cordovil), 1934 • Você é um colosso 1934 • Voltaste pro subúrbio 1934 • Vou te ripar 2 1934 • Ao meu amigo Edgard (carta de Noel) (com João Nogueira), 1935-1978 • Belo Horizonte (paródia de I'm looking over a four leaf clover, de Mort Dixon e Harry Woods), 1935 • Boas tenções (com Arnold Glückmann), 1935 • Canção do galo capão (paródia de Canção do grande galo, de Lamartine Babo e Paulo Barbosa), 1935 • Cansei de pedir 1935 • Cansei de implorar 1935 • Condeno o teu nervoso (paródia de Teus ciúmes, de Lacy Martins e Aldo Cabral), 1935 • Conversa de botequim (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1935 • Cor de leite com café (com Hamilton Sbarra), 1935-1969 • Deixa de ser convencida (com Wilson Baptista), 1935 • Disse-me disse 1935 • Envio essas mal traçadas linhas (paródia de Cordiais saudações), 1935 • Finaleto (com Arnold Glückmann), 1935 • Foi ele (paródia de Foi ela, de Ary Barroso), 1935 • Genoveva não sabe o que diz (paródia de Palpite infeliz), 1935 • João Ninguém 1935 • O Joaquim é condutor (com Arnold Glückmann), 1935 • Não foi por amor (com Zé Pretinho e Germano Augusto Coelho), 1935 • Não resta a menor dúvida (com Hervê Cordovil), 1935 • Palpite infeliz 1935 • Para o bem de todos nós (com Arnold Glückmann), 1935 • Pela décima vez 1935 • Perdoa este pecador (com Arnold Glückmann), 1935 • Pierrô apaixonado (com Heitor dos Prazeres), 1935 • Precaução inútil (paródia de Boneca, de Aldo Cabral e Benedito Lacerda), 1935 • Quantos beijos (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1935 • Que baixo! (com Antônio Nássara), 1935 • O que é que você fazia? (com Hervê Cordovil), 1935 • Roubou, mas não leva (paródia de Pagou, mas não leva, de Benedito Lacerda e Milton Amaral), 1935 • Seu Zé (paródia de Boneca, de Aldo Cabral e Benedito Lacerda), 1935 • Silêncio de um minuto 1935 • Só pode ser você (ilustre visita) (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1935 • Tudo nos une (com Arnold Glückmann), 1935 • Tudo pelo teu amor (com Arnold Glückmann), 1935 • Cem mil réis (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1936 • Cidade mulher 1936 • Dama do cabaré 1936 • De babado (com João Mina), 1936 • É bom parar (com Rubens Soares), 1936 • Este meio não serve (com Ernesto dos Santos, o Donga), 1936 • Maria-fumaça 1936 • Menina dos meus olhos (com Lamartine Babo), 1936 • Morena-sereia (com José Maria de Abreu), 1936 • Na Bahia (com José Maria de Abreu), 1936 • Pela primeira vez (com Cristóvão de Alencar), 1936 • Provei (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1936 • Quem ri melhor 1936 • São coisas nossas 1936 • Sobe balão (com Marília Baptista), 1936-1961 • Tarzan, o filho do alfaiate (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1936 • Você vai se quiser 1936 • O x do problema 1936 • Chuva de vento 1937 • Eu sei sofrer 1937 • Pra que mentir (com Oswaldo Gogliano, o Vadico), 1937 • Último desejo 1937 • Você por exemplo 1937 • Amar com sinceridade (com Sylvio Pinto), 1935 • Baianinha 193? • Cabrocha do Rocha (com Sílvio Caldas), 193? • Com mulher não quero mais nada (com Sylvio Pinto), 193? • Faz de conta que eu morri (com Henrique Gonçales), 193? • Faz três semana (paródia de Suçuarana, de Heckel Tavares e Luís Peixoto), 193? • João-teimoso (com Marília Baptista), 193? • Não morre tão cedo 193? • No baile da flor-de-lis 193? • Para atender a pedido 193? • Queimei teu retrato (com Henrique Britto), 193? • Saí da tua alcova 193? • Suspiro (com Orestes Barbosa), 193? • Vagolino de cassino (Virgulino do cassino) (paródia de Cheek to cheek, de Irving Berlin), 193? • Verdade duvidosa 193? Categorias: • Nascidos em 1910 • Mortos em 1937 • Naturais do Rio de Janeiro (cidade) • Compositores do Rio de Janeiro • Cantores do Rio de Janeiro • Violonistas do Brasil • Mortes por tuberculose • Sepultados no cemitério do Caju • Sambistas • Vila Isabel. (b) – Noel Rosa – (2ª versão). Justiça na História. CIGARRO era letra de samba no tempo de Noel Rosa. 02 de fevereiro de 2010, 12h14m. Por Cássio Schubsky. O ano começou embalado com integrantes da escola de samba Vila Isabel dançando em plena Academia Brasileira de Letras, para celebrar o centenário de nascimento do compositor carioca Noel Rosa neste ano de 2010, tudo sob o olhar sisudo de Machado de Assis, impassível estátua de bronze. Não deixa de ser divertido ver uma casa tão carrancuda, cenáculo em que se resolvem os destinos da língua portuguesa, o certo e o errado, o trema e o acento, o hífen e a vírgula, render loas ao poeta da Vila, que era uma espécie de oposto da Academia, ou seja, pura irreverência. Em 26 anos de vida, Noel compôs centenas de canções, fustigou a moral e os bons costumes, enalteceu a boêmia, sambou sobre as cabeças das hostes conservadoras do País – enfim, pintou e bordou, deitou e rolou, BEBEU e FUMOU. Como é sobejamente sabido, o palco para Noel cantar e compor eram os botecos da cidade maravilhosa, madrugada adentro. Imagine só Noel Rosa hoje em dia. Quase impossível. Seria um infrator da lei seca e da lei antifumo, sofreria multas seguidas, iria à bancarrota rapidinho... ou, como ele dizia gostosamente em sua canção Com que roupa, iria “acabar ficando nu”. Cito três exemplos – dois para a lei antifumo e um para a lei seca. Na famosa composição Conversa de botequim, à certa altura, o cantor, falando em primeira pessoa, ordena ao garçom: “Não se esqueça de trazer palito, e um CIGARRO pra espantar mosquito”. Impossível vislumbrar essa cena no Brasil de hoje, em que a restrição ao cigarro tomou ares de punição severa a quem fuma e a quem deixa fumar. No caso do samba em questão, seriam multados Noel e o garçom (ou o dono do “estabelecimento”). Apenas o mosquito poderia circular livremente, sem brasa ou fumaça que o importunasse. Talvez o compositor, se estivesse vivo, às vésperas de chegar aos 100 anos, adaptando-se aos “novos” tempos, tivesse que mudar o nome da música para Conversa de fumódromo... Num rasgo de genialidade, em outra composição boêmia, intitulada Pela décima vez, blasfema o sambista, despeitado: “Joguei meu CIGARRO no chão e pisei/Sem mais nenhum, aquele mesmo apanhei e FUMEI/Através da FUMAÇA, neguei minha raça, chorando a repetir/Ele é o veneno que eu escolhi para morrer sem sentir”. Pois, caro Noel, hoje você teria que escolher outro veneno – cicuta, talvez. É verdade que Noel Rosa vivia numa época em que se podia fumar à vontade, em qualquer lugar, quando os fumantes intimidavam os não fumantes, que, acuados, aceitavam tudo, cabisbaixos. Mas, do jeito que a coisa vai, daqui a pouco vão inventar um tubo, uma espécie de cilindro circulator Tabajara, para uso individual, exclusivo e obrigatório dos fumantes, em todos os “estabelecimentos”, públicos e particulares, em casa e na rua, no trabalho e no lazer. Pensando bem, esse negócio de samba, de boêmia, de cigarro é tudo muito politicamente incorreto, anacrônico, coisa do passado, já era. Com a lei seca, fica muito arriscado tragar o quinto copo de cachaça e sair por aí, como diria Ari Barroso em sua Camisa amarela. Nem imagina Noel (eis o terceiro exemplo mencionado acima), em Último desejo, esbravejando: “Às pessoas que eu detesto/Diga sempre que eu não presto/Que o meu lar é um botequim/Que eu arruinei a sua vida/Que eu não mereço a comida/Que você pagou pra mim”. Nem tragar cachaça, nem tragar cigarro. Aos 100 anos, Noel Rosa está tecnicamente proscrito. Não será de espantar se as letras de suas músicas forem consideradas apologia ao crime ou, quiçá, à contravenção penal! O negócio é ouvir axé, sacudir o popozão e tomar energético neste Carnaval. Tudo dentro da lei. Argh! Agora, todo cuidado é pouco, porque, do jeito que a coisa vai, logo, logo, piada e risada vão dar cadeia! Não, não, nada disso. Pensando bem, hic, um brinde a Noel e ao fumus boni iuris, porque “quem é bacharel, não tem medo de bamba”! Cássio Schubsky é editor, historiador e diretor editorial da Editora Lettera.doc Revista Consultor Jurídico. - 02 de fevereiro de 2010, 12h14. Comentários de Leitores. TEXTO IRRETOCÁVEL. Valois (Advogado Associado a Escritório - Criminal) - 03 de fevereiro de 2010, 13h19. Confesso que me dá inveja quando vejo um texto tão bem escrito. A histeria antitabagista é, a meu ver, apenas um dos aspectos do ambiente policialesco que toma conta do país de uns tempos a esta data. Não é por menos que a idiotice do "big brother" está em alta. Ao ilustre autor da crônica, só uma pergunta: no cemitério existe ala de não fumante. (c) – Almirante. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Henrique Foréis Domingues (Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1908 — Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1980) foi um cantor, compositor e radialista brasileiro, também conhecido por Almirante. Seu codinome na Era de Ouro do Rádio era: "a mais alta patente do Rádio". Pioneiro da música popular no país, começou sua carreira musical em 1928 no grupo amador "Flor do Tempo" formado por alunos do Colégio Batista, do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Compunham o grupo, além de Almirante (cantor e pandeirista) os violonistas Braguinha (João de Barro) Alvinho e Henrique Brito. Em 1929, convidados a gravar um disco na Parlophon (subsidiária da Odeon) admitem mais um violonista, do bairro vizinho de Vila Isabel, um jovem talento chamado Noel Rosa. O grupo então é rebatizado para Bando de Tangarás, nome inspirado numa lenda do litoral paranaense, a "dança dos tangarás" que conta a história de um grupo de pássaros (os tangarás) que se reúne para dançar e cantar alegremente. O "bando" se desfez em 1933 mas Almirante continuou sua carreira como cantor, interpretando sambas e músicas de carnaval, muitas de grande sucesso e hoje clássicos da música popular brasileira, como "O Orvalho Vem Caindo" (Noel Rosa / Kid Pepe), "Yes, Nós Temos Bananas" e "Touradas em Madri" (João de Barro/Alberto Ribeiro), entre outras. Autor de uma das mais famosas músicas carnavalescas, "Na Pavuna", possuía enorme biblioteca e discoteca sobre música brasileira. Em 1951, tornou-se o primeiro biógrafo do Poeta da Vila, ao produzir para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro a série de programas semanais “No Tempo de Noel Rosa”, com histórias, depoimentos e interpretações de suas músicas, muitas delas inéditas. Entre 18 de outubro de 1952 e 3 de janeiro de 1953, publicou na “Revista da Semana”, em capítulos, “A Vida de Noel Rosa”. Em 1963, com o mesmo título da série radiofônica, a editora Francisco Alves lançou seu livro sobre o ex-companheiro do Bando de Tangarás. Seus maiores sucessos: • 1930 Na Pavuna • 1931 Eu Vou Pra Vila • 1931 Já Não Posso Mais • 1933 Prato Fundo • 1933 Moreninha da Praia • 1933 Contraste • 1933 O Orvalho Vem Caindo • 1934 Menina Oxigenê • 1934 Ninguém Fura o Balão • 1935 Deixa a Lua Sossegada • 1935 Pensei Que Pudesse Te Amar • 1936 Amor em Excesso • 1936 Marchinha do Grande Galo • 1936 Levei Um Bolo • 1936 Tarzan (O Filho do Alfaiate) • 1937 Vida Marvada • 1937 Apanhei Um Resfriado • 1938 Yes, Nós Temos Bananas • 1938 Touradas em Madrid • 1939 Hino do Carnaval Brasileiro • 1939 Vivo Cantando • 1939 O Que é Que Me Acontecia • 1940 Minha Fantasia • 1941 Não Sei Dizer Adeus • 1941 Qual Será o Score Meu Bem? • 1951 Marchinha do Poeta. Categorias: • Nascidos em 1908 • Mortos em 1980 • Naturais do Rio de Janeiro (cidade) • Compositores do Rio de Janeiro • Cantores do Rio de Janeiro • Radialistas do Rio de Janeiro. (d) – Manuel Bandeira. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 1922 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Clarice Lispector e Joaquim Nabuco, entre outros, representa o melhor da produção literária do estado de Pernambuco. Biografia. “Foto: Antônio Herculano de Sousa Bandeira, avô do poeta”. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo um, João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi advogado, professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho, que era o irmão mais velho de seu pai e foi advogado, procurador da coroa, autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente das Províncias da Paraíba e de Mato Grosso. Seu avô materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e político, deputado geral na 17ª legislatura. Costa Ribeiro era o avô citado em "Evocação do Recife". Sua casa na rua da União é referida no poema como "a casa de meu avô". No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II (Ginásio Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos) foi aluno de Silva Ramos, de José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses. Em 1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou repouso em Campanha, Teresópolis e Petrópolis. Com a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para a Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu de junho de 1913 a outubro de 1914, onde teve como colega de sanatório o poeta Paul Eluard. Em virtude do início da Primeira Guerra Mundial, volta ao Brasil. Ao regressar, iniciou na literatura, publicando o livro "A Cinza das Horas", em 1917, numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. Dois anos depois, publica seu segundo livro, "Carnaval". Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino e em 1936, foi publicada a “Homenagem a Manuel Bandeira”, coletânea de estudos sobre sua obra, assinada por alguns dos maiores críticos da época, alcançando assim a consagração pública. De 1938 a 1943, foi professor de literatura no Colégio D. Pedro II, e em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Posteriormente, nomeado professor de Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, cargo do qual se aposentou, em 1956. Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, com hemorragia gástrica, aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. POESIA DE BANDEIRA. “Foto: Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema. Rio de Janeiro, 1936”. Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Aborda temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais. Em sua obra de estreia (e de curtíssima tiragem) estão composições poéticas rígidas, sonetos em rimas ricas e métrica perfeita, na mesma linha onde, em seus textos posteriores, encontramos composições como o rondó e trovas. É comum encontrar poemas (como o Poética, do livro Libertinagem) que se transformaram em um manifesto da poesia moderna. No entanto, suas origens estão na poesia parnasiana. Foi convidado a participar da Semana de arte moderna de 1922, embora não tenha comparecido, deixou um poema seu (Os Sapos) para ser lido no evento. Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra, em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Bandeira sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra. A imagem de bom homem, terno, e em parte amistoso, que Bandeira aceitou adotar no final de sua vida, tende a produzir enganos: sua poesia, longe de ser uma pequena canção terna de melancolia, está inscrita em um drama que conjuga sua história pessoal e o conflito estilístico vivido pelos poetas de sua época. Cinza das Horas apresenta a grande tese: a mágoa, a melancolia, o ressentimento enquadrados pelo estilo mórbido do simbolismo tardio. Carnaval, que virá logo após, abre com o imprevisível: a evocação báquica e, em alguns momentos, satânica do carnaval, mas termina em plena melancolia. Essa hesitação entre o júbilo e a dor articular-se-á nas mais diversas dimensões figurativas. Se em Libertinagem, seu quarto livro, a felicidade aparece em poemas como "Vou-me embora pra Pasárgada", onde é questão a evocação sonhadora de um país imaginário, o pays de cocagne, onde todo desejo, principalmente erótico, é satisfeito, não se trata senão de um alhures intangível, de um locus amenus espiritual. Em Bandeira, o objeto de anseio restará envolto em névoas e fora do alcance. Lançando mão do tropo português da “saudade”, poemas como Pasárgada e tantos outros encontram um símile na nostálgica rememoração bandeiriana da infância, da vida de rua, do mundo cotidiano das provincianas cidades brasileiras do início do século. O inapreensível é também o feminino e o erótico. Dividido entre uma idealidade simpática às uniões diáfanas e platônicas e uma carnalidade voluptuosa, Manuel Bandeira é, em muitos de seus poemas, um poeta da culpa. O prazer não se encontra ali na satisfação do desejo, mas na excitação da algolagnia do abandono e da perda. Em Ritmo Dissoluto, seu terceiro livro, o erotismo, tão mórbido nos dois primeiros livros, torna-se anseio maravilhado de dissolução no elemento líquido marítimo, como é o caso de Na Solidão das Noites Úmidas. Esse drama silencioso surpreende mesmo em poemas “ternos”, quando inesperadamente encontram-se, como é o caso dos poemas jornalísticos de Libertinagem, comentários mordazes e sorrateiros interrompendo a fluência ingênua de relatos líricos, fazendo revelar todo um universo de sentimentos contraditórios. Com Libertinagem, talvez o mais celebrado dos livros de Bandeira, adotam-se formas modernistas, abandona-se a metrificação tradicional e acolhe-se o verso livre. Em grosso, é um livro menos personalista. Se os grandes temas nostálgicos cedem ao avanço modernista, não é somente porque os sufocam o desfile fulminante de imagens quotidianas e os esquetes celebratórios do modernismo, mas também porque é um princípio motor de sua obra o reencenar a luta dos dois momentos sentimentais da alegria e da tristeza. O cotidiano “brasileiro” aparece ali, realçando o júbilo evocatório, com o pitoresco popular que se assimila, por exemplo em Evocação do Recife, ao tom triste e nostálgico; usa-se o diálogo anedótico para brindar fatos tão sórdidos quanto sua própria doença (Pneumotórax); a forma do esquete, favorável à apreensão imediata do objeto, funde-se, em O Cacto, a um lirismo narrativo que se aperfeiçoará em sua poesia posterior. Tanto em Libertinagem como no restante de sua obra, a adoção da linguagem coloquial nem sempre será coroada de êxito. Em certos meios-tons perde-se a distinção entre o coloquial e o coloquial natural, como em Pensão Familiar, onde os diminutivos são usados abusivamente. Libertinagem dará o tom de toda a poesia subsequente de João Lucas Mendes Siviero. Em Estrela da Manhã, Lira dos Cinquent'anos e outros livros, as experiências da primeira fase darão lugar ao acomodamento do material lírico em formas mais brandas e às vezes mesmo ao retorno a formas tradicionais. OBRAS. Poesia. . A Cinza das Horas, 1917 (contém o poema "Cartas de Meu Avô) • Carnaval, 1919 • O Ritmo Dissoluto, 1924 • Libertinagem, 1930 (contém os poemas "Evocação do Recife" e "Vou-me embora pra Pasárgada") • Estrela da Manhã, 1936 • Lira dos Cinquent'anos, 1940 • Belo, Belo, 1948 • Mafuá do Malungo, 1948 • Opus 10, 1952 • Estrela da tarde, 1960 • Estrela da Vida Inteira, 1966[6] Prosa. • Crônica da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936 • Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938 • Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940 • Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940 • Apresentação da Poesia Brasileira -Rio de Janeiro, 1946; 2ªed. Cosac Naify - São Paulo 2009 • Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949 • Gonçalves Dias: biografia - Rio de Janeiro, 1952 • Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954 • De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954 • A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957 • Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957 • Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966 • Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966 • Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - Rio de Janeiro, 1968 • Seleta de Prosa - Nova Fronteira - Rio de Janeiro • Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira - Rio de Janeiro • Crônicas da Província do Brasil - Ed. Cosac Naify - 2009 • Crônicas inéditas I - Ed. Cosac Naify - SP- 2009 • Crônicas inéditas II - Ed Cosac Naify - SP- 2009 Antologias. • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica - Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana - Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 1, Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 2, Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista, Nova Fronteira, Rio de Janeiro • Antologia Poética - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1961 • Poesia do Brasil - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1963 • Os Reis Vagabundos e mais 50 crônicas - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1966 • Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa, Ed. Nova Aguilar, Rio de Janeiro • Antologia Poética (nova edição), Editora Nova Fronteira, 2001 • Antologia Poética, Editora Global, 2013 Em coautoria. . Quadrante 1 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1962 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga) • Quadrante 2 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga) • Quatro Vozes - Editora Record - Rio de Janeiro, 1998 (com Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e Cecília Meireles) • Elenco de Cronistas Modernos - Ed. José Olympio - Rio de Janeiro (com Carlos Drummond de Andrade e Rubem Braga) • O Melhor da Poesia Brasileira 1 - Ed. José Olympio - Rio de Janeiro (com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto) Traduções. • O Auto Sacramental do Divino Narciso de Sóror Juana Inés de la Cruz, 1949 • Maria Stuart, de Friedrich Schiller, encenado no Rio de Janeiro e em São Paulo, 1955 • Macbeth, de Shakespeare, e La Machine Infernale, de Jean Cocteau, 1956. • As peças June and the Paycock, de Sean O'Casey, e The Rainmaker, de N. Richard Nash, 1957 • The Matchmaker (A Casamenteira), de Thornton Wilder, 1958 • Don Juan Tenorio, de José Zorrilla, 1960 • Mireille, de Frédéric Mistral, 1961 • Prometeu e Epimeteu de Carl Spitteler, 1962 • Der Kaukasische Kreide Kreis, de Bertold Brecht, 1963 • O Advogado do Diabo, de Morris West, e Pena ela Ser o que é, de John Ford, 1964 • Os Verdes Campos do Eden, de Antonio Gala; A Fogueira Feliz, de J. N. Descalzo, e Edith Stein na Câmara de Gás de Frei Gabriel Cacho, 1965 • Macbeth, de Shakespeare. Ed. Cosac Naify, São Paulo-2009 Seleção e organização. . Sonetos Completos e Poemas Escolhidos de Antero de Quental • Obras Poéticas de Gonçalves Dias, 1944 • Rimas de José Albano, 1948 • Cartas a Manuel Bandeira, de Mário de Andrade, 1958 Sobre o autor. . Homenagem a Manuel Bandeira, 1936 • Homenagem a Manuel Bandeira (edição fac-similar), 1986 1. Homenagem a Manuel Bandeira (sessenta autores) • Bandeira a Vida Inteira - Edições Alumbramento, Rio de Janeiro, 1986 (com um disco contendo poemas lidos pelo autor). • Os Melhores Poemas de Manuel Bandeira (seleção de Francisco de A. Barbosa) - Editora Global - Rio de Janeiro • Manuel Bandeira: Uma Poesia da Ausência. De Yudith Rosebaum. São Paulo: Edusp/Imago, 1993. • Humildade, paixão e morte. A poesia de Manuel Bandeira. De Davi Arrigucci Jr.. São Paulo: Cia. das Letras, 2003. • Manuel Bandeira. De Murilo Marcondes de Moura. São Paulo: Publifolha, 2001. • Alusão feita ao poeta através do seu poema "Mulheres", que é declamado e tomado como índice do modernismo brasileiro, na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil" (1930), realizada na Faculdade de Letras de Coimbra pelo professor Manoel de Souza Pinto. Multimídia. • CD Manuel Bandeira: O Poeta de Botafogo - Gravações inéditas feitas pelo poeta e por Lauro Moreira, tendo como fundo musical peças de Camargo Guarnieri, interpretadas pela pianista Belkiss Carneiro Mendonça, 2005. • CD Estrela da Vida Inteira - gravação de Olívia Hime ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde foi o terceiro ocupante da cadeira 24, cujo patrono é Júlio Ribeiro. Sua eleição ocorreu em 29 de agosto de 1940, sucedendo Luís Guimarães Filho, e foi recebido pelo acadêmico Ribeiro Couto em 30 de novembro de 1940. Categorias: • Nascidos em 1886 • Mortos em 1968 • Agraciados com o Prêmio Jabuti • Manuel Bandeira • Poetas de Pernambuco • Poetas do modernismo • Escritores modernistas do Brasil • Tradutores da poesia moderna • Professores de Pernambuco • Professores do Colégio Pedro II • Tradutores do Brasil • Críticos literários do Brasil • Teóricos da poesia moderna • Críticos de arte do Brasil • Membros da Academia Brasileira de Letras • Sonetistas • Ex-alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo • Naturais do Recife • Ateus do Brasil. Observações do escriba: 1ª – É de se imaginar que o Dr. José Rosemberg, pela vida de boemia que levou durante algum tempo, em companhia de Noel Rosa (fumante inveterado), Almirante (provável fumante) e Manuel Bandeira (provável fumante), entre outros, também tenha sido fumante. 2ª – O pai do Dr. José Rosemberg teve tuberculose e talvez tenha sido fumante, Noel Rosa teve tuberculose e era fumante e Manuel Bandeira teve tuberculose, e talvez também tivesse sido fumante. 3ª – Dr. José Rosemberg durante muito tempo lutou contra a tuberculose em sanatórios, inclusive foi um dos mais ferrenhos defensores da vacinação contra a tuberculose, preconizando o uso em massa da chamada vacina BCG. 4ª – Dr. José Rosemberg era um tisiologista, ou seja, combatia a tísica, outro nome que era dado à tuberculose. 5ª – Dr. José Rosemberg, enquanto estudante de medicina no Rio de Janeiro participou da organização denominada “Juventude Comunista”. Atuou posteriormente na “Aliança Nacional Libertadora”, em São José dos Campos, onde se encontrava durante o movimento conhecido como a “Intentona Comunista”, em 1935. 6ª – Naqueles idos, ingleses e norte-americanos eram as duas principais nações que dominavam a indústria tabagista, através das bilionárias e poderosas multinacionais produtoras de cigarros. 7ª – Portanto, há certo viés ideológico do Dr. José Rosemberg, na sua luta contra o tabagismo. Vejamos o que nós encontramos no prefácio do livro do Professor José Rosemberg, nas páginas seis e sete: ROSEMBERG E SUAS LUTAS – “A linha mestra da vida de José Rosemberg e os momentos decisivos do seu destino podem ser resumidos em poucas palavras: luta contra a doença, luta contra a morte, luta pelo direito de viver. Lutou contra a tuberculose em São Paulo e em São José dos Campos quando a doença era flagelo avassalador”. Quem escreveu o prefácio do livro foi o médico Edmundo Blundi, Professor de Doenças Pulmonares do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Via Wikipédia, obtivemos as seguintes informações que vem logo adiante. TABAGISMO: A MAIOR PRAGA DO SÉCULO XX. Edmundo Blundi, ilustre pneumologista paulista, radicado no Rio de Janeiro, ao comentar os males do tabagismo, disse certa feita, com razão, que, em nome dos mortos por esta praga, era preciso lutar cada vez mais, de maneira obstinada, sem temor, apelando para aqueles que, por definição, são obrigados a zelar pela saúde do povo. A obstinação da verdade tem o gosto da grandeza humana, referiu muito bem Camus e a história julgará, então, a insensatez dos homens. O melhor cigarro é aquele que nunca foi fumado. Um cigarro a menos, um benefício a mais. Sempre me coloquei ao lado daqueles que lutam contra o tabagismo, combatendo com a única arma que um médico sem poder, pode dispor: a palavra. Jovens principalmente, vem sendo iludidos por uma propaganda muito bem conduzida pelas multinacionais do fumo, denominadas por Blundi de "multinacionais do câncer", as quais invadem o infeliz e explorado 3° mundo. Esta definitivamente comprovado que o fumo provoca bronquiolite, bronquite crônica, enfisema e câncer do pulmão, além de problemas coronarianos que podem levar a isquemia do miocárdio. As mulheres que fumam como os homens também morrem como os homens que fumam. Numerosos relatórios científicos, inclusive os da Organização Mundial da Saúde, são taxativos: o fumo é o maior responsável pelo câncer do pulmão. O chamado "carcinoma epidermóide" é o tumor típico do fumante, sendo o benzopireno o agente cancerígeno mais potente encontrado no cigarro. Em consequência do fumo, morrem nos Estados Unidos mais de 360.000 pessoas por ano, cerca de 1.000 por dia, 40 por hora e 0,7 cada minuto. O Senador Robert Kennedy, em 1967, afirmava que a indústria fabricante de cigarros é apregoadora de arma mortal, jogando com a vida humana, em troca de grandes lucros financeiros. No Brasil, de cinco em cinco minutos, morre um brasileiro fumante (Carta de Salvador, 1979). Estudos retrospectivos e prospectivos mostram de maneira evidente que o risco de um fumante morrer por câncer do pulmão é 14 vezes maior que o de um não fumante. Em autopsias de fumantes, as alterações encontradas na árvore brônquica e tecido pulmonar consistem fundamentalmente na perda do epitélio brônquico, inflamação da parede, bronquiolite, macrófagos ricos em pigmento marrom, edema, fibrose e hiperplasia epitelial. Com toda sua imensa autoridade, o Prof. Edmundo Blundi assinala que muitos países já descobriram que gastam mais com as doenças resultantes do tabagismo do que recebem com os impostos. A Previdência Social e o Ministério da Saúde deveriam levantar a grande bandeira na luta contra o tabagismo. Do contrário seremos uma Nação de doentes do pulmão. É nobre abraçar a causa do sofrimento humano. O Prof. Blundi, e tantos outros colegas ilustres, estão no bom caminho, assistindo diariamente os que respiram mal pela ação nociva do fumo, levando-os a asfixia, vítimas do enfisema pulmonar, condenados pela omissão de muitos. Valem aqui as palavras do mestre e sábio Manoel de Abreu: enquanto muitos tocam flauta à margem do grande rio da vida, outros assemelham-se a personagens mitológicas, investindo heroicamente contra a doença e contra a morte. Observações do escriba: 1ª – Matando mais do que os cigarros estão as demais drogas ilícitas. 2ª – Matando mais que os cigarros estão os acidentes de trânsito, e agora muito mais, com os acidentes envolvendo milhares de motos. 3ª – Matando mais que os cigarros estão os fabricantes de armas. 4ª – Matando mais que os cigarros estão o aumento vergonhoso da criminalidade no Brasil. 5ª – Matando mais que os cigarros estão os escândalos políticos brasileiros, envolvendo o atual desgoverno do Partido dos Trambiqueiros. 6ª – Matando mais que os cigarros estão a destruição do meio ambiente. 7ª – Por aí vai. A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua. Se Deus nos permitir voltaremos outro dia. Boa leitura e bom dia. Aracaju, quarta-feira, 28 de outubro de 2015. Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573. Fontes: (1) – Recanto das Letras. (2) – Wikipédia. (3) – Livro – “Tabagismo – Sério Problema de Saúde Pública” – Dr. José Rosemberg – Editora ALMED – EDUSP – São Paulo – 1981 – páginas 06 e 07 – (370 páginas). (4) – Outras fontes.
jorge martins
Enviado por jorge martins em 28/10/2015
|
Site do Escritor criado por
Recanto das Letras
|