Jorge Martins Cardoso

 

Um eterno aprendiz



Textos

A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... "Algumas músicas de Noel Rosa, principalmente para o pessoal da 4ª idade". (J.M.C.).
Algumas músicas de Noel Rosa.


Fita Amarela.
Noel Rosa.


Quero que o sol
Não invada o meu caixão
Para a minha pobre alma
Não morrer de insolação.


Quando eu morrer,
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.



Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão.



Não quero flores
Nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta
Violão e cavaquinho.



Estou contente,
Consolado por saber
Que as morenas tão formosas
A terra um dia vai comer.



Não tenho herdeiros
Não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos
Mas não paguei a ninguém.


Meus inimigos
Que hoje falam mal de mim,
Vão dizer que nunca viram
Uma pessoa tão boa assim.




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Com Que Roupa?
Noel Rosa.


Agora vou mudar minha conduta,
Eu vou pra luta pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com a força bruta,
Pra poder me reabilitar
Pois esta vida não está sopa e eu pergunto: com que roupa?


Com que roupa eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Agora, eu não ando mais fagueiro,
Pois o dinheiro não é fácil de ganhar.



Mesmo eu sendo um cabra trapaceiro,
Não consigo ter nem pra gastar
Eu já corri de vento em popa, mas agora com que roupa?


Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?


Eu hoje estou pulando como sapo,
Pra ver se escapo desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo, eu vou acabar ficando nu.



Meu terno já virou estopa e
Eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?








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Conversa de Botequim.
Noel Rosa.



Seu garçom
Faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
Um copo d'água bem gelada.


Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao Sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol.



Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro, um envelope e um
cartão.



Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste uma revista, um isqueiro e um cinzeiro.



Seu garçom
Faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
Um copo d'água bem gelada.


Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao Sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol.



Telefone ao menos uma vez
Para 344333
E ordene ao Seu Osório
Que me mande um guarda-chuva aqui pro nosso escritório.


Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa no cabide ali em frente.


Seu garçom
Faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
Um copo d'água bem gelada.



Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao Sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol.



Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro, um envelope e um cartão.



Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste uma revista, um isqueiro e um cinzeiro.



Seu garçom
Faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
Um copo d'água bem gelada.


Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao Sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol.





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Último Desejo.
Noel Rosa.


Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João.


Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão.


Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar.


Nunca mais quero o seus beijos
Mas meu último desejo
Você não pode negar.


Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não.



Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação.



E as pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim.



Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim.










Feitiço da Vila.
Noel Rosa.


Quem nasce lá na Vila nem sequer vacila ao abraçar o samba
Que faz dançar os galhos do arvoredo
E faz a lua nascer mais cedo.



Lá em Vila Isabel quem é bacharel não tem medo de bamba
São Paulo dá café, Minas dá leite e a Vila Isabel dá samba.



A Vila tem um feitiço sem farofa
Sem vela e sem vintém que nos faz bem
Tendo nome de princesa transformou o samba
Num feitiço decente que prende a gente.



O sol na Vila é triste, samba não assiste
Porque a gente implora:
Sol, pelo amor de Deus, não venha agora
Que as morenas vão logo embora.



Eu sei tudo que faço, sei por onde passo
Paixão não me aniquila
Mas tenho que dizer:
Modéstia à parte, meus senhores, eu sou da Vila!



Quem nasce pra sambar chora pra mamar
Em ritmo de samba
Lá não tem cadeado nos portões por que na vila
Não tem ladrão.














Jura.
Noel Rosa.



Jura
Jura, jura pelo Senhor
Jura,
Pela imagem da Santa Cruz do Redentor.


Pra ter valor
A tua jura,
Jura, jura de coração
Para que um dia
Eu possa dar-te o meu amor
Sem mais pensar na ilusão.



Daí então dar-te eu irei
Um beijo puro na catedral do amor
Dos sonhos meus,
Bem juntos aos teus
Para fugir das aflições da dor.



Jura
Jura, jura pelo Senhor
Jura,
Pela imagem da Santa Cruz do Redentor.



Pra ter valor
A tua jura,
Jura, jura de coração
Para que um dia
Eu possa dar-te o meu amor
Sem mais pensar na ilusão.



Daí então dar-te eu irei
Um beijo puro na catedral do amor
Dos sonhos meus,
Bem juntos aos teus
Para fugir das aflições da dor.



Daí então dar-te eu irei
Um beijo puro na catedral do amor
Dos sonhos meus,
Bem juntos aos teus
Para fugir das aflições da dor.




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Não Tem Tradução.
Noel Rosa.

O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez.


Lá no morro, seu eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês.



A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote.



Na gafieira dançando o Fox-Trote
Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês.



Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português.



Amor lá no morro é amor pra chuchu
A gíria do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone.















Três Apitos.
Noel Rosa.


Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você.


Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê.



Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?



Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé com agasalho
Nem no frio você crê.


Mas você é mesmo
Artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você.



Sou do sereno
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque.



Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos prá você.



Nos meus olhos você vê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens a você.















Palpite Infeliz.
Noel Rosa.




Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz.



Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também.




Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis.



Quem é você que não sabe o que diz?
A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente


Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?
















Pierrô Apaixonado.
Noel Rosa e Heitor dos Prazeres.



Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando.



A colombina entrou num butiquim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim.



Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim.



Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim.

















Até Amanhã.
Noel Rosa.



Até amanhã se Deus quiser
Se não chover, eu volto pra te ver, ó mulher
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto, o destino é quem quer.


Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida
Até amanhã, até já, até logo.


O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho.


Eu sei me livrar do perigo
Num golpe de azar eu não jogo
É por isso que risonho eu te digo
Até amanhã, até já, até logo.











Feitio de Oração.
Noel Rosa.



Quem acha
Vive se perdendo
Por isso agora vou me defendendo
Da dor tão cruel dessa saudade
Que por infelicidade
Meu pobre peito invade.



Por isso agora
Lá na Penha vou mandar
Minha morena pra cantar
Com satisfação.



E com harmonia
Esta triste melodia
Que é meu samba
Em feitio de oração.



Batuque é um privilégio
Ninguém aprende samba no colégio
Sambar é chorar de alegria
É sorrir de nostalgia
Dentro da melodia.




Por isso agora
Lá na Penha vou mandar
Minha morena pra cantar
Com maior satisfação.



E com harmonia
Esta triste melodia
Que é meu samba
Em feitio de oração.



O samba na realidade
Não vem do morro nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce no coração.


















Positivismo.
Noel Rosa.


A verdade, meu amor mora num poço
É Pilatos lá na Bíblia quem nos diz
Que também faleceu por ter pescoço
O autor da guilhotina de Paris.



A verdade, meu amor mora num poço
É Pilatos lá na Bíblia quem nos diz
Que também faleceu por ter pescoço
O infeliz, autor da guilhotina de Paris.



Vai orgulhosa querida
Mas aceita esta lição
No câmbio incerto da vida
A libra sempre é o coração.



O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezaste esta lei de Auguste Comte
E foste ser feliz longe de mim.



O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezaste esta lei de Auguste Comte
E foste ser feliz longe de mim.



Vai, coração que não vibra
Com seu juro exorbitante
Transformar mais outra libra
Em dívida flutuante.



A intriga nasce num café pequeno
Que se toma para ver quem vai pagar
Para não sentir mais o teu veneno
Foi que eu já resolvi me envenenar.














Pra Quê Mentir?
Noel Rosa.



Pra que mentir
se tu ainda não tens
esse dom de saber iludir?



Pra quê? Pra que mentir
se não há necessidade de me trair?



Pra que mentir
se tu ainda não tens a malícia de toda mulher?



Pra que mentir se eu sei que gostas de outro que te diz que não te quer?



Pra que mentir tanto assim se tu sabes que eu sei que tu não gostas de mim?
Tu sabes que eu te quero
apesar de ser traído
pelo teu ódio sincero ou por teu amor fingido.



Pra que mentir
se tu ainda não tens a malícia de toda mulher?



Pra que mentir se eu sei que gostas de outro que te diz que não te quer?









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Dama do Cabaré.
Noel Rosa.



Foi num cabaré na Lapa
Que eu conheci você
Fumando cigarro,
Entornando champanhe no seu soirée.



Dançamos um samba,
Trocamos um tango por uma palestra
Só saímos de lá meia hora
Depois de descer a orquestra.



Em frente à porta um bom carro nos esperava
Mas você se despediu e foi pra casa a pé
No outro dia lá nos Arcos eu andava
À procura da Dama do Cabaré.



Eu não sei bem se chorei no momento em que lia
A carta que recebi, não me lembro de quem
Você nela me dizia que quem é da boemia
Usa e abusa da diplomacia
Mas não gosta de ninguém.



Foi num cabaré na Lapa...



















Pastorinhas.
Noel Rosa e Braguinha.




A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor.



E as pastorinhas pra consolo da lua
Vão cantando na rua lindos versos de amor.



Linda pastora morena da cor de Madalena
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar.



Linda criança tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre sempre te amar.














O Orvalho Vem Caindo.
Noel Rosa e Kid Pepe.




O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal.



O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal;



Meu cortinado é um vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
(Que o dinheiro ainda não viu!)



O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal.



A minha terra dá banana e aipim
Meu trabalho é achar quem descasque por mim
(Vivo triste mesmo assim!).



O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal.




A minha sopa não tem osso e nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
(Isso é muito natural!).

















Quando o Samba Acabou.
Noel Rosa.




Lá no morro da Mangueira
Bem em frente a ribanceira
Uma cruz a gente vê.



Quem fincou foi a Rosinha
Que é cabrocha de alta linha
E nos olhos tem seu não sei que.



Numa linda madrugada
Ao voltar da batucada
Pra dois malandros olhou a sorrir.



Ela foi se embora
Os dois ficaram
E depois se encontraram
Pra conversar e discutir.



Lá no morro
Uma luz somente havia
Era lua que tudo assistia
Mas quando acabava o samba se escondia.



Na segunda batucada
Disputando a namorada
Foram os dois improvisar.



E como em toda façanha
Sempre um perde e outro ganha
Um dos dois parou de versejar
E perdendo a doce amada
Foi fumar na encruzilhada
Passando horas em meditação.



Quando o sol raiou
Foi encontrado
Na ribanceira estirado
Com um punhal no coração.



Lá no morro uma luz somente havia
Era Sol quando o samba acabou
De noite não houve lua
ninguém cantou.
















Festa no Céu.
Noel Rosa.




O leão ia casar
Com sua noiva leoa,
E São Pedro, pra agradar,
Preparou uma festa boa.


Mandou logo um telegrama
Convidando o bicho macho
Que levasse todas dama
Que existisse cá por baixo.


Pois tinha uma bela mesa
E um piano no salão.
Findo o baile, por surpresa,
No banquete do leão.


Os bicho todo avisado
Tavam esperando o dia
Tudo tava preparado
Pra entrar enfim na orgia.



E no tal dia marcado
Os bicho tomaram banho
Foram pro céu alinhado
Tudo em ordem por tamanho.


O mosquito entrou na sala
Com um charuto na boca;
Percevejo de bengala,
E a barata entrou de toca.



Zunindo qual uma seta,
Foi o pingüim do Pólo;
O peixe de bicicleta
Como o tamanduá no colo;



O siri chegou atrasado
No bico de um passarinho,
Pois muito tinha custado
Pra bota seu colarinho.



E o gato foi de luva
Pra assisti o casório;
Jacaré de guarda-chuva
E a cobra de suspensório.



O porco de terno branco
Com um sapato de sola;
E o tigre de tamanco
De casaco e de cartola.


De lacinho à borboleta
Foi o cabrito faceiro;
E o burro de luneta
Montado num carroceiro.


O macaco com a macaca
Com rouge pelo focinho;
Estava engraçada a vaca
De porta-seio e corpinho.



Vou breviá o discurso
Pra não dizê tanto nome:
Lá foi a mulhé do urso
De cabeleira A la home.


Quando o leão foi entrando,
São Pedro muito se riu
E pro bicho foi gritando:
Caiu 1º de abril.



jorge martins, Noel Rosa e Outros compositores.
Enviado por jorge martins em 02/11/2015


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