AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...


Artigo Extra.


MICROCEFALIA: RUBÉOLA, Zika vírus ou outras causas?



CITOMEGALOVÍRUS (CMV).



O que nos ensinam alguns livros de Medicina.



    O livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA, edição de 1970, descreve o CITOMEGALOVÍRUS no capítulo 38... Grupo Herpesvírus, abrangendo as páginas 453 até a página 462. O Grupo Herpesvírus inclui: Herpes Simples (Herpes Febril, Herpes Labial, Gengivo-Estomatite Herpética, Eczema Herpético); Vírus Varicela-Zoster, Varicela (Catapora), Zoster (Herpes Zoster, Cobrelo, Zona); Vírus CITOMEGÁLICO (Doença de Inclusão Citomegálica, Doença a Vírus das Glândulas Salivares); HERPESVÍRUS de células de LINFOMA de Burkitt; Vírus B (Herpesvírus dos Macacos do Velho Mundo) e HERPESVÍRUS do SAGÜI (Herpesvírus de Macacos do Novo Mundo).
     O nosso objeto de estudo é o Vírus CITOMEGÁLICO, também conhecido como CITOMEGALOVÍRUS. (páginas 458, 459 e 460).
     A Doença de Inclusão Citomegálica é uma infecção generalizada dos recém-nascidos, originada por uma infecção intrauterina ou no período imediatamente após o parto, devida aos vírus CITOMEGÁLICOS, também conhecidos como vírus das glândulas salivares (há vírus CITOMEGÁLICOS próprios de várias espécies animais).
     A doença se caracteriza pelo aparecimento de grandes inclusões basofílicas (ou algumas vezes eosinofílicas) intranucleares e pequenas inclusões citoplasmáticas nas glândulas salivares, do mesmo modo que nos pulmões, fígado, pâncreas, rins, glândulas endócrinas e, ocasionalmente, no cérebro. Muitas mortes ocorrem em crianças abaixo de dois anos de idade. A infecção inaparente é comum durante a infância e adolescência.
     Propriedades do Vírus – A. Propriedades gerais: O vírus CITOMEGÁLICO não se diferencia morfologicamente dos vírus do herpes simples ou da varicela-zoster, Contém DNA. (...). ... O peso molecular do DNA relata-se como de 3-4 x 10 elevado a sete, contendo 58% de guanina + citosina. O vírus foi estudado em fibroblastos humanos infectados, utilizando-se a microscopia eletrônica. As partículas virais são sintetizadas no núcleo. (...). ... O ciclo de desenvolvimento do vírus é mais lento do que o ciclo correspondente ao vírus do herpes simples.
     B. Reação aos agentes físicos e químicos: (...). ... C. Susceptibilidade animal: falharam todas as tentativas para infectar animais com o vírus CITOMEGÁLICO humano. Existe certo número de vírus CITOMEGÁLICOS animais, todos eles espécie-específicos.  
     Patogenia e Patologia – Em lactentes, a Doença de Inclusão Citomegálica é adquirida de forma CONGÊNITA, provavelmente como um resultado da infecção primária da MÃE, durante a GRAVIDEZ. O vírus pode ser isolado da urina da MÃE, à época do nascimento da criança contaminada, e células CITOMEGÁLICAS típicas, com 25-40 milimicra de tamanho, podem ser encontradas nas vilosidades coriônicas da PLACENTA do recém-nascido infectado. (...).
     ... Aspectos Clínicos – Os sinais habituais da infecção primária nos lactentes são: Icterícia, hepatoesplenomegalia, púrpura, trombocitopenia e anemia hemolítica. Outros achados com menor frequência descritos são: MICROCEFALIA, atrofia óptica, calcificação intracraniana, hemorragia cerebral, convulsões e cianose. Os nenéns infectados podem ter cório-retinite que é clinicamente indiferençável daquela produzida pela TOXOPLASMOSE CONGÊNITA. As provas sorológicas podem identificar prontamente qual o agente etiológico em causa. (...).
     Diagnóstico Laboratorial – A. Isolamento do vírus: O vírus pode ser isolado a partir de “swabs” da boca, ou da urina, do fígado, adenóides, rim e outros tecidos, pela inoculação em cultura de fibroblastos humanos. As tentativas de crescimento do vírus em culturas de células epiteliais humanas não lograram êxito. B. Sorologia: (...).
     ... Imunidade – Anticorpos fixadores do complemento e neutralizantes foram encontrados em percentagem elevada de soros humanos. (...). ... A infecção intrauterina pode ocorrer e leva a uma doença grave do recém-nascido.  As crianças infectadas durante a vida FETAL pode nascer com anticorpos que continuam a se desenvolver após o nascimento, na presença de persistente excreção do vírus. (Esta situação é semelhante àquela observada na infecção CONGÊNITA pela RUBÉOLA.)
     Tratamento – Não há tratamento específico.
     Epidemiologia e Contrôle – Exceto no caso de infecções CONGÊNITAS, o mecanismo da transmissão do vírus, nas crianças maiores e nos adultos, permanece desconhecido. (...). ... A taxa de eliminação do vírus entre crianças que vivem em instituições foi verificada ser 10 vezes superior àquela das crianças da mesma idade na população geral, o que sugere que a transmissão do vírus se faz por contato íntimo.  
     Não se dispõe de medidas específicas de controle. O isolamento dos recém-nascidos com Doença de Inclusão Citomegálica generalizada é aconselhável, para a proteção dos demais.  
     Observações do escriba: 1ª – No Livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA há referencia sobre a associação entre os CITOMEGALOVÍRUS e a MICROCEFALIA, embora em pequenas proporções. 2ª – O Livro levanta a suspeita de que a transmissão do vírus se faça por contato íntimo.  3ª – Conclui-se que a Doença de Inclusão Citomegálica, cujo agente etiológico é o CITOMEGALOVÍRUS (CMV), pode provocar a MICROCEFALIA, embora com menor frequência do que a RUBÉOLA ou a TOXOPLASMOSE. 4ª – O Livro levanta a suspeita de que o CITOMEGALOVÍRUS possa ser transmitido através de relações sexuais. Vamos ver o que dizem os outros dois livros sobre o tema.  
     A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.  
     Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura e bom dia.  

Aracaju, domingo, 17 de janeiro de 2016.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.


     Fonte: (1) – Livro de MICROBIOLOGIA MÉDICA – 8ª Edição Americana e 2ª Edição Brasileira – 1970 – Editora Guanabara Koogan S. A. – Rio de Janeiro, GB – (535 páginas) – 38º Capítulo – Grupo Herpesvírus – Vírus CITOMEGÁLICO (Doença de Inclusão Citomegálica, Doença a Vírus das Glândulas Salivares) – páginas 458, 459 e 460 – Autores – Dr. Ernest Jawetz (Microbiologista), Dr. Joseph L. Melnick (Virologista e Epidemiologista) e Dr. Edward A. Adelberg (Microbiologista e Biofísico Molecular).