Jorge Martins Cardoso

 

Um eterno aprendiz



Textos

A LIBERDADE... (...). "O Que Significa DEÍSMO? - Ateísmo, DEÍSMO e Teísmo. + (Relação entre CIÊNCIA e RELIGIÃO - 2ª parte). - 19ª parte.






AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e os antibióticos...


Artigo Extra.


Ateísmo, DEÍSMO e Teísmo.  



+ (Relação entre CIÊNCIA e RELIGIÃO – 2ª parte).



19ª parte.  





     FILÓSOFO – (grego philosophos). 1. Que, ou quem é versado em FILOSOFIA. 2. Que, ou o que tem penetrante espírito FILOSÓFICO. 3. Que, ou aquele que vive de acordo com os ditames da RAZÃO, não cedendo ao sentimento. 4. Que, ou o que se mostra superior às convenções sociais. 5. Que, ou o que é resignado às vicissitudes da VIDA. 6. Popular. Descuidado, despretensioso. 7. Popular. Excêntrico. 8. Popular. Lunático. (página 805).




Idade Média.




     Durante toda a Idade Média, houve uma luta pelo poder entre a IGREJA CATÓLICA e os PENSADORES da NATUREZA.
     A IGREJA queria impor que ela era a instituição que definiria o que é VERDADE sobre TODOS os ASSUNTOS, inclusive sobre a NATUREZA.
     Essa atitude impedia a LIBERDADE investigativa da NATUREZA.
     Inicialmente o CONHECIMENTO grego era banido e a partir do século XII, com TOMÁS de AQUINO e outros "pais da IGREJA", algumas visões FILOSÓFICAS da NATUREZA dos gregos foram incorporadas na TEOLOGIA CATÓLICA e impostas à sociedade.
     Dessa forma, a IGREJA CATÓLICA concentrava-se em si mesma a autoridade para assuntos RELIGIOSOS e da NATUREZA, autoridade a qual todos deviam se submeter, sob AMEAÇAS de TERRÍVEIS PUNIÇÕES.
     No século XVI, GALILEU GALILEI (1564-1642) lutava pela autoridade da CIÊNCIA:
“À CIÊNCIA cabe dizer como vai o céu, e à RELIGIÃO como se vai ao céu”.

     GALILEU foi pressionado a se retratar diante do TRIBUNAL da INQUISIÇÃO, dizendo que era falsa a ideia de que a TERRA girava em torno do seu eixo e em torno do SOL.
     A postura impositiva da IGREJA, o pensamento de que ela deveria ser quem determina a VERDADE, também acerca da NATUREZA foi a causa de muitas polêmicas no início da era moderna.
     A FILOSOFIA da NATUREZA passou a lutar para dizer à sociedade que ela poderia estudar a NATUREZA e ter autoridade para emitir pareceres.



Idade Moderna.



Ver artigos principais: CIÊNCIA no Renascimento e Revolução CIENTÍFICA.



     Com a modernidade, a FILOSOFIA da NATUREZA desenvolveu MÉTODOS PRÓPRIOS de INVESTIGAÇÃO e se tornou institucionalmente LAICA, isto é, independente da IGREJA.
    A OBSERVAÇÃO e a EXPERIMENTAÇÃO foram sendo entendidas como sendo muito importantes para o CONHECIMENTO da NATUREZA.
     Ao longo do TEMPO a visão sobre como realizar o processo de se conhecer a NATUREZA (FILOSOFIA da NATUREZA) foi se modificando.
     RENÉ DESCARTES (1596-1650), um dos FILÓSOFOS MECANICISTAS propunha a "REALIDADE DUALÍSTICA", ou seja, a existência de dois mundos separados "o reino de extensão material, de caráter essencialmente geométrico e mecânico" e o "reino da substância do PENSAMENTO, que NÃO POSSUI EXTENSÃO".
     Dessa forma, ele divorciou a MENTE do CORPO pela crença RACIONALISTA.
     O RACIONALISMO é uma corrente FILOSÓFICA que enfatiza o a priori, as ideias como instrumento para se achegar a VERDADE.
     Para DESCARTES, o corpo era uma máquina. Na visão MECANICISTA, a FÍSICA da MÁQUINA ou das invenções humanas é a mesma que a FÍSICA da NATUREZA.
     Isso propiciou a visão REDUCIONISTA, onde o objeto analisado é uma amostra reduzida do mundo.
    Mais tarde, o REDUCIONISMO vai influenciar a ciência moderna, onde o LABORATÓRIO, a reprodução da NATUREZA no laboratório, é visto como uma amostra reduzida do mundo, e por isso ganha o status de poder ser visto como se fosse a própria NATUREZA.
     No entanto, sabemos que não é a NATUREZA, mas uma tentativa humana de reproduzí-la.
     Gradativamente ia-se rompendo a antiga relação entre a FILOSOFIA e a FILOSOFIA da NATUREZA, que mais tarde, vem a se chamar CIÊNCIA.
     Isso ocorreu quando as CIÊNCIAS individuais (os diversos ramos do saber) passaram a ter pretensão de um CONHECIMENTO independente e metodologicamente garantido.
     Nessa ocasião, a FILOSOFIA e a CIÊNCIA passaram a concorrer.
     Essa atitude ocorreu no século XIX e foi fundamentada por uma determinada FILOSOFIA, ou modo de entender o mundo, designada POSITIVISMO.
     O POSITIVISMO é uma visão FILOSÓFICA baseada no INDUTIVISMO, no VERIFICACIONISMO e no EMPIRISMO.
     O EMPIRISMO é uma doutrina FILOSÓFICA que entende o EXPERIMENTO como instrumento para se achegar a VERDADE ABSOLUTA (de forma progressiva).
     Os POSITIVISTAS não isentavam o MÉTODO CIENTÍFICO das suas limitações em medidas, mas subestimaram a influência da visão de mundo do CIENTISTA e as concepções a priori que ele tem a respeito de um objeto de estudo na NATUREZA.
     Também super-estimavam o EXPERIMENTO (aliado à razão a priori que concebe o experimento e o aparato experimental) como instrumentos para verificar algo, provar algo.
     Além disso, tinham consigo que a CIÊNCIA sempre progride de forma linear, o que a HISTÓRIA da CIÊNCIA tem demonstrado ser questionável, pela idas e vindas de concepções CIENTÍFICAS ao longo do TEMPO.
     Alguns exemplos disso são as concepções ondulatória e particular da LUZ.
     Alguns dos defensores do POSITIVISMO foram Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1677), George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776) e Auguste Comte (1798-1856).
     O EMPIRISMO reduz tudo à EXPERIÊNCIA, sem se interrogar pelas formas a priori, ou seja, as pré-suposições e a METAFÍSICA que a envolve.
     O VERIFICACIONISMO é a convicção de que é possível VERIFICAR ou provar algo com certeza absoluta (os EMPIRISTAS acham que isso se dá mediante o EXPERIMENTO, com base na OBSERVAÇÃO; os RACIONALISTAS acham que isso se dá por meio da RAZÃO).
     O INDUTIVISMO é uma posição FILOSÓFICA que vê como válido e verdadeiro o EXERCÍCIO RACIONAL da generalização de uma afirmação sobre algo específico (no POSITIVISMO essa afirmação tem fundamento na OBSERVAÇÃO).
     Dessa forma, a partir de PROGRESSIVAS OBSERVAÇÕES se conclui uma LEI ou PRINCÍPIO GERAL.



A concepção de CIÊNCIA POSITIVISTA e RELIGIOSA de COMTE.




     O SOCIÓLOGO ATEU AUGUSTO COMTE (1798-1856) pretendeu formar uma nova "CIÊNCIA da sociedade” através do POSITIVISMO.
     A CIÊNCIA do ponto de vista POSITIVISTA é uma "CIÊNCIA EXATA”, metodicamente controlada (pelo MÉTODO CIENTÍFICO); parte de EXPERIMENTOS e OBSERVAÇÕES EMPÍRICAS, alcançando assim, passo a passo, o CONHECIMENTO dos princípios UNIVERSAIS e superiores bem como os "FATOS", a exemplo o modelo da GRAVITAÇÃO de NEWTON.
     As CIÊNCIAS NATURAIS assumiram esse caráter pouco a pouco".
     O que antes era entendido como "FATO", VERDADE ABSOLUTA em tal postura, foi chamado pelo FILÓSOFO Hilton Japiassu de "PURITANISMO RACIONALISTA”.
     Nele prega-se o primado do RACIONAL ou CIENTÍFICO sobre outras formas do saber, pela excessiva confiança na RAZÃO como configuradora do instrumento que leva a tentativa humana de buscar a VERDADE ABSOLUTA.  
     Hoje a definição de FATO CIENTÍFICO é feita de forma um pouco diferente, como sabido, sobre tudo no que tange ao divórcio desses com o que denomina-se por HIPÓTESE (ideia).
     COMTE tinha em vista realizar uma dominação coletiva unindo as forças que lideravam a sociedade (BANQUEIROS e CAPITALISTAS) ao círculo de CIENTISTAS POSITIVISTAS, com vistas de que a autoridade da CIÊNCIA substituísse a autoridade do CLERO e da NOBREZA.
     AUGUSTO COMTE defendia que o CONHECIMENTO humano individual (os diversos ramos do saber) passa por três estágios: o RELIGIOSO, o FILOSÓFICO e o CIENTÍFICO.
     Assim, COMTE pensava que havia três épocas históricas: Na época RELIGIOSA, o homem explica os FENÔMENOS recorrendo a causas SOBRENATURAIS; na época FILOSÓFICA, explica recorrendo a princípios RACIONAIS; na época CIENTÍFICA, explica por meio das LEIS NATURAIS, as quais explicam por si só os FENÔMENOS.
     Dessa forma ele dava autoridade à CIÊNCIA para falar sobre a NATUREZA, vencendo o DOGMATISMO RELIGIOSO, que consistia na tentativa da IGREJA de centralizar em si mesma a autoridade para falar sobre a NATUREZA.
     O desejo de COMTE era fundar uma "espécie de RELIGIÃO da HUMANIDADE" onde o AMOR pela HUMANIDADE seria a "NATUREZA suprema", e assim pregava o ALTRUÍSMO. O POSITIVISMO de COMTE tinha os seguintes pilares:

     1º - O REAL pode ser desvinculado do IMAGINÁRIO;

     2º - O ÚTIL, o que tem aplicação para aprimoramento da vida, deve ser incentivado, e não o "OCIOSO";

     3º - Diante de decisões, o CERTO é aquilo que tem "HARMONIA LÓGICA ";

     4º - A convicção de que existe o EXATO e que esse deve ser preferido diante do INCERTO;

     5º - O CONSTRUTIVO (a ideia de progresso) deve ser escolhida em detrimento da postura "CRÍTICA-NEGATIVA ";

     6º - O RELATIVO (para frear a imposição e pretensão DOGMÁTICA de absolutez da TEOLOGIA e da METAFÍSICA).




     A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.  

     Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura, boa saúde, pensamentos positivos e bom dia.

Aracaju, capital de Sergipe (ex-PAÍS do FORRÓ e futuro “PAÍS da BOMBA ATÔMICA”), domingo, 24 de abril de 2016.

Jorge Martins Cardoso – Médico (e futuro BANQUEIRO) – CREMESE – 573.



     Fontes: (1) – Recanto das Letras – Transcrição parcial do artigo “O Que Significa DEÍSMO”, de autoria do Príncipe da Soledade, publicado no dia 02 de fevereiro de 2016. (2) – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – Encyclopaedia Britannica do Brasil – Companhia de Melhoramentos de São Paulo – Indústrias de Papel - 11ª EDIÇÃO – 1989 – página 805 – (II volume). (3) – Wikipédia. (4) – Outras fontes.


jorge martins
Enviado por jorge martins em 24/04/2016


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