Jorge Martins Cardoso

 

Um eterno aprendiz



Textos

A LIBERDADE... A VIDA... "O Que Significa DEÍSMO?" - Ateísmo, DEÍSMO e Teísmo - "Quem foi IMMANUEL KANT?" - (1ª parte) - 60ª parte.



AUTO-HEMOTERAPIA, Dr. Fleming e uma PANACEIA...*


Artigo Extra.



Ateísmo, DEÍSMO e Teísmo.



Quem foi IMMANUEL KANT? – (1ª parte).



60ª parte.




VIDA – “Eu sou o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA”. – (DEUS). (Página Infinita...).

  


IMMANUEL KANT.



               Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


          IMMANUEL KANT (Königsberg, 22 de abril de 1724 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804), 79 anos, foi um FILÓSOFO prussiano.
          Amplamente considerado como o principal FILÓSOFO da era moderna, Kant operou, na EPISTEMOLOGIA, uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).
          Nascido de uma modesta família de artesãos, depois de um longo período como professor secundário de GEOGRAFIA, Kant veio a estudar FILOSOFIA, FÍSICA e MATEMÁTICA na Universidade de Königsberg e em 1755 começou a lecionar ensinando CIÊNCIAS NATURAIS.
          Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos FILOSÓFICOS. Realizou numerosos trabalhos sobre CIÊNCIA, FÍSICA, MATEMÁTICA, etc.
          Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar.
          A FILOSOFIA da NATUREZA e da NATUREZA HUMANA de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX.
          No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.
          Kant é também conhecido pela FILOSOFIA MORAL e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.



BIOGRAFIA.



          “Foto: Túmulo de IMMANUEL KANT em Kaliningrado (antigo Königsberg)”.


          Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg (atual Kaliningrado), na altura pertencente à Prússia. Foi o quarto dos nove filhos de Johann Georg Kant, um artesão fabricante de correias (componente das carroças de então) e da mulher Regina.    
          Nascido numa família protestante (Luterana), teve uma educação austera numa escola pietista, que frequentou graças à intervenção de um pastor.
          Contudo, tornou-se muito cético relativamente à RELIGIÃO organizada na sua vida adulta embora preservasse a CRENÇA em DEUS.
           Passou grande parte da adolescência como estudante, sólido mas não espetacular, preferindo o bilhar ao estudo.  
          Tinha a convicção curiosa de que uma pessoa não podia ter uma direção firme na vida enquanto não atingisse os 39 anos.
          Com essa idade, era apenas um METAFÍSICO menor numa universidade prussiana, mas foi então que uma breve crise existencial o assomou.
          Pode argumentar-se que teve influência na posterior direção.
          Foi um competente professor universitário durante quase toda a vida, mas nada do que fez antes dos 50 anos lhe garantiria qualquer reputação histórica.
          Viveu uma vida extremamente regulada: o passeio que fazia às 15:30 todas as tardes era tão pontual que as mulheres domésticas das redondezas podiam acertar os relógios por ele.
          Kant nunca deixou a Prússia e raramente saiu da cidade natal. Apesar da reputação que ganhou, era considerado uma pessoa muito sociável: recebia convidados para jantar com regularidade, insistindo que a companhia era boa para a constituição física.
          Por volta de 1770, com 46 anos, Kant leu a obra do FILÓSOFO escocês David Hume. Hume é por muitos considerados um empirista ou um cético, e muitos autores o consideram um NATURALISTA.
          Kant sentiu-se profundamente inquietado. Achava o argumento de Hume irrefutável, mas as conclusões inaceitáveis. Durante 10 anos não publicou nada e, então, em 1781 publicou a “CRÍTICA da RAZÃO PURA”, um dos livros mais importantes e influentes da moderna FILOSOFIA.
          Neste livro, ele desenvolveu a noção de um argumento transcendental para mostrar que, em suma, apesar de não podermos saber necessariamente verdades sobre o mundo "como ele é em si", estamos forçados a percepcionar e a pensar acerca do mundo de certas formas: podemos saber com certeza um grande número de coisas sobre "o mundo como ele nos aparece".
          Por exemplo, que cada evento estará causalmente conectado com outros, que aparições no espaço e no tempo obedecem a leis da GEOMETRIA, da ARITMÉTICA, da FÍSICA, etc.
          Nos cerca de vinte anos seguintes, até a morte em 1804, a produção de Kant foi incessante. O seu edifício da FILOSOFIA crítica foi completado com a “CRÍTICA da RAZÃO PRÁTICA”, que lidava com a moralidade de forma similar ao modo como a primeira crítica lidava com o CONHECIMENTO.
          E a “CRÍTICA do JULGAMENTO”, que lidava com os vários usos dos nossos poderes mentais, que não conferem conhecimento fatual e nem nos obrigam a agir: o julgamento estético (do Belo e Sublime) e julgamento teleológico (Construção de Coisas Como Tendo "Fins").
          Como Kant os entendeu, o julgamento estético e teleológico conectam os nossos julgamentos morais e empíricos um ao outro, unificando o seu sistema.
          Uma das obras, em particular, atinge hoje em dia grande destaque entre os estudiosos da FILOSOFIA MORAL. “A Fundamentação da Metafísica dos Costumes” é considerada por muitos FILÓSOFOS a mais importante obra já escrita sobre a MORAL.
          É nesta obra que o FILÓSOFO delimita as funções da ação moralmente fundamentada e apresenta conceitos como o "Imperativo Categórico" e a "Boa Vontade".
          Os trabalhos de Kant são a sustentação e ponto de início da moderna FILOSOFIA alemã; como diz Hegel, frutificou com força e riqueza só comparáveis à do SOCRATISMO na história da FILOSOFIA grega.
          Fichte, Hegel, Schelling, Schopenhauer, para indicar apenas os maiores, inscrevem-se na linhagem desse pensamento que representa uma etapa decisiva na história da FILOSOFIA e está longe de ter esgotado a sua fecundidade.
          Kant escreveu alguns ensaios medianamente populares sobre história, política e a aplicação da FILOSOFIA à vida.
          Quando morreu, estava a trabalhar numa projetada "quarta crítica", por ter chegado à conclusão de que seu sistema estava incompleto; este manuscrito foi então publicado como “Opus Postumum”.
          Morreu em 12 de fevereiro de 1804 na mesma cidade em que nascera e permanecera durante toda sua vida.
          Encontra-se sepultado no Cemitério do Caliningrado, Caliningrado, Oblast de Kaliningrado na Rússia.



FILOSOFIA, o “CRITICISMO”.




          “Foto: "Heróis da Paz" Kant esculpido na estátua equestre”.
        
          
          O "criticismo" kantiano parte na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (David Hume) e a ciência física-matemática de Isaac Newton.
          Seu caminho histórico está assinalado pelo governo de Frederico II, a Independência Americana e a Revolução Francesa.
          As questões de partida do Kantismo são o problema do CONHECIMENTO, e a CIÊNCIA, tal como existe.
          A CIÊNCIA se arranja de juízos que podem ser analíticos e sintéticos. Nos primeiros (o quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos), fundados no princípio de identidade, o predicado aponta um atributo contido no sujeito.
          Tais juízos independem da EXPERIÊNCIA, são universais e necessários.
          Os sintéticos, a posteriori resultam da EXPERIÊNCIA e sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que nele não se acha previamente contido (o calor dilata os corpos), sendo, por isso, privados e incertos.
          Uma indagação iminente que o levara à sintetização do pensar: Que juízos constituem a CIÊNCIA físico matemática? Caso fossem analíticos, a CIÊNCIA sempre diria o mesmo (e não é assim), e, se fossem sintéticos um hábito sem fundamento (o calor dilata os corpos porque costuma dilatá-los).
          Os juízos da CIÊNCIA devem ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e necessários, e sintéticos objetivos, fundados na EXPERIÊNCIA.
          Trata-se pois, de saber como são possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática e na física ("Estética Transcendental" e "Analítica Transcendental"), e se são possíveis na METAFÍSICA ("Dialética Transcendental"), partes da Crítica da Razão Pura).
          Para os juízos sintéticos a priori são admissíveis na matemática porque essa CIÊNCIA se fundamenta no espaço e no tempo, formas a priori da sensibilidade, intuições puras e não conceitos de coisas como objetos.
          O espaço é a priori, não deriva da EXPERIÊNCIA, mas é sua condição de possibilidade.
          Podemos pensar o espaço sem coisas, mas não coisa sem espaço. O espaço é o objeto de intuição e não conceito, pois não podemos ter intuição do objeto de um conceito (pedra, carro, cavalo, etc.), gênero ou espécie.
          Ora, o espaço não é nem uma coisa nem outra, e só há um espaço (o nada, referindo ao espaço).
          Na apresentação "Transcendental" do espaço, Kant determina as condições subjetivas ou Transcendentais da objetividade.
          Se o CONHECIMENTO é relação, ou relacionamento (do sujeito com o objeto), não pode conhecer as coisas "em si", mas "para nós".
          A GEOMETRIA pura, quando aplicada, coincide totalmente com a EXPERIÊNCIA, porque o espaço é a forma a priori da sensibilidade externa.
          O TEMPO é, também, a priori. Podemos concebê-lo sem acontecimentos, internos ou externos, mas não podemos conceber os acontecimentos fora do TEMPO.
          Objeto de intuição, não pode ser conceito. Forma vazia, intuição pura, torna possíveis por exemplo os juízos sintéticos a priori na aritmética, cujas operações (soma, subtração, etc.), ocorrendo sucessivamente, o pressupõem.
          O TEMPO é, pois, a forma a priori da sensibilidade interna e externa.
          Esse privilégio explica a compenetração da geometria e da aritmética. A geometria analítica (Descartes) permite reduzir as figuras a equações e vice-versa.
          O cálculo infinitesimal (Leibniz) arremata essa compenetração definindo a lei de desenvolvimento de um ponto em qualquer direção do espaço.
          A matemática é pois, um conjunto de leis a priori, que coincidem com a EXPERIÊNCIA e a tornam cognoscível.
          As condições de possibilidade do CONHECIMENTO sensível são, portanto, as formas a priori da sensibilidade. Não existe a "coisa em si". Se existisse não se poderia a conhecer enquanto tal, e nada se poderia dizer a seu respeito.
          Só é possível conhecer coisas extensas no espaço e sucessivas no TEMPO, enquanto se manifestam, ou APARECEM, ou seja, "fenômenos”.
          Na "Analítica Transcendental", Kant analisa a possibilidade dos juízos sintéticos a priori na física. Compreendemos que a NATUREZA é regida por leis matemáticas que ordenam com rigor o comportamento das coisas (o que permite CIÊNCIAS como engenharia, etc., serem possíveis o determinismo com certa regularidade).
          Não há como saber das coisas com apenas percepções sensíveis, impressões. Há um CONHECIMENTO a priori da NATUREZA. A função principal dos juízos da NATUREZA.
          Ora, a função principal dos juízos é pôr, colocar a realidade e, em seguida, determiná-la. As diversas formas do juízo deverão, portanto, conter as diversas formas da realidade.
          Essas formas estão estudadas desde Aristóteles, que as classifica de acordo com a quantidade, a qualidade, a relação e a modalidade.
          Na "Dedução Transcendental" das categorias, Kant volta a classificação Aristotélica, dando-lhe novo sentido.
          Assim, à quantidade, correspondem a unidade, a pluralidade e a totalidade; à qualidade, a essência, a negação e a limitação; à relação, a substância, a causalidade e a ação recíproca; à modalidade, a possibilidade, a existência e a necessidade.
          Tais categorias são as condições de possibilidade dos juízos sintéticos a priori em física.
          As condições do CONHECIMENTO são, enfim, como se acaba de ver, as condições prévias da objetividade.
          A CIÊNCIA da NATUREZA postula a existência de objetos, sua consistência e as relações de causa e efeito.
          Se as categorias universais, particulares e contingentes, devem proceder de nós mesmos, de nosso entendimento.
          Em tal descoberta consiste a "Inversão Copernicana", realizada por Kant.
          Não é o objeto que determina o sujeito, mas o sujeito que determina o objeto. As categorias são conceitos, todavia, puros, a priori, anteriores à EXPERIÊNCIA e que, por isso, a tornam possível.
          Em suma, o objeto só se torna cognoscível na medida em que o sujeito que determina o objeto. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na medida em que o sujeito cognoscente o reveste das condições de cognoscibilidade.
          Na "Dialética Transcendental", finalmente Kant examina a possibilidade dos juízos sintéticos a priori na METAFÍSICA.
          A "coisa em si" (alma, DEUS, essência do cosmos, etc.), não nos é dada em EXPERIÊNCIA alguma. Ora, como chega a razão a formar esses objetos?
          Sintetizando além da EXPERIÊNCIA, fazendo a síntese das sínteses, porque aspira ao INFINITO, ao incondicionado, ao absoluto.
          Nas célebres, "Antinomias", Kant mostra que a razão pura demonstra, "indiferentemente", a finitude e a infinitude do UNIVERSO, a liberdade e o determinismo, a existência e a inexistência de DEUS.
          Ultrapassando os limites da EXPERIÊNCIA, aplica arbitrariamente as categorias e pretende conhecer o incognoscível.
          A METAFÍSICA é impossível como CIÊNCIA, pois não se pode chegar mais, além disso.


A MENORIDADE HUMANA.



          Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Segundo esse pensador, o homem é responsável por sua saída da menoridade. Kant define essa menoridade como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento autonomamente, ou seja, sem a tutela de uma razão alheia.
          A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade.
          Um outro motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na área de conforto. É cômodo que existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo e tomem decisões em nosso lugar.
          É mais fácil que alguém o faça, do que fazer determinado esforço, pois já existem outros que podem fazer por mim.  
          Os homens quando permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das próprias pernas, são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias escolhas.
          Em seu texto “O que é o Iluminismo?”, Kant sintetiza seu otimismo iluminista em relação à possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias.
          Nele, descreve o processo de ilustração como sendo "a saída do homem de sua menoridade", ou seja, um momento em que o ser humano, como uma criança que cresce e amadurece, se torna consciente da força e inteligência para fundamentar, sob o CONHECIMENTO à priori, a sua própria maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem.
          Kant afirma que é difícil para o homem sozinho livrar-se dessa menoridade, pois ela se apossou dele como uma segunda NATUREZA. Aquele que tentar sozinho terá inúmeros impedimentos, pois seus tutores sempre tentarão impedir que ele EXPERIMENTE tal LIBERDADE.
          Para Kant, são poucos aqueles que conseguem pelo exercício do próprio espírito LIBERTAR-SE da menoridade.



JUÍZOS.



JUÍZO ANALÍTICO.



          É formado quando o predicado repete o conteúdo formal do sujeito, desenvolvendo-o. Thonnard dá o exemplo da frase “o corpo é uma substância extensa”, que representa uma tautologia e é incapaz de fazer progredir a CIÊNCIA, pois não é um juízo CIENTÍFICO, mas analítico.
          A frase mencionada, para Kant não passa de um princípio de contradição, que é apenas a regra negativa dos juízos. A conclusão à que chegamos é que todo o juízo implicando contradição é errôneo, mas a ausência de contradição não basta para que um juízo seja verdadeiro ou CIENTÍFICO, porque, segundo Thonnard, o puro conceito, mesmo analisado, não contém VERDADE alguma.



JUÍZO SINTÉTICO.



          É formado quando o predicado é estranho ao conteúdo formal do sujeito e lhe é atribuído por uma razão diferente da análise desse conteúdo. A frase “todo ser é inteligível” é um juízo sintético, pois a inteligibilidade é um fato especial da inteligência, que  não é necessariamente exigida pela noção de ser.
          O juízo sintético é àquele que vai enriquecer e avançar a CIÊNCIA.



JUÍZO ESTÉTICO.



          “Foto: Retrato de Immanuel Kant”.


          O juízo estético é abordado no livro “Crítica da Faculdade do Juízo”. De acordo com Kant para se ter uma investigação crítica a respeito do belo, devemos estar orientados pelo poder de julgar.
          E a indagação básica que move essa investigação crítica a respeito do BELO é: existe algum valor UNIVERSAL que conceitue o BELO e que reivindique que outras pessoas, a partir da minha apreciação de uma forma BELA da NATUREZA ou da ARTE, confirmem essa posição? Ou então somos obrigados a admitir que todo objeto que julgamos como sendo BELO é uma valoração subjetiva?
          O poder de julgar, pertencendo a todo sujeito, é UNIVERSAL e congraça o julgamento estético, especulativo e prático.
          Portanto a investigação crítica que Kant se refere diz respeito às possibilidades e limitações das faculdades subjetivas que agem sob princípios formulados e que pertencem à essência do pensamento.
          Como podemos desnudar o fenômeno que explica o nosso gosto? Se fizermos uma EXPERIÊNCIA com vários indivíduos e o defrontarmos com um objeto de ARTE, observaremos que as impressões causadas serão as mais diversas.
          Então chegaremos à conclusão de que a observação atenta e valorativa daquele objeto, somada as diferentes opiniões que foram apresentadas pelos indivíduos, nos dá respaldo para afirmar que o GOSTO tem que ser discutido.
          Para Kant apenas sobre GOSTO se discute, ao passo que, representa uma reivindicação para tornar UNIVERSAL um juízo subjetivo.
          A UNIVERSALIDADE do juízo estético é detectada por envolver um exercício persuasivo de convencimento de outro sujeito que aquela determinada forma da NATUREZA ou da ARTE é BELA. E, dessa forma, torna aquele valor UNIVERSAL.
          Os sujeitos têm em comum UM PRINCÍPIO de AVALIAÇÃO MORAL LIVRE que determina a avaliação estética e, portanto, julga o BELO como UNIVERSAL.
          O juízo estético está relacionado ao prazer ou desprazer que o objeto analisado nos imprime e, como se refere Kant, o BELO "é o que agrada UNIVERSALMENTE, sem relação com qualquer conceito".
          Essa situação fica bem evidente quando visitamos um museu. Digamos que essa EXPERIÊNCIA fosse realizada no Museu do Louvre, em Paris, com o quadro Monalisa.
          Se nos colocarmos como observador, perceberemos que os mais diversos comentários serão tecidos a cerca dessa obra tão famosa.
          Detendo-nos na análise dos comentários favoráveis notaremos que, ratificando Kant, o BELO não está arraigado em nenhum conceito.
          Pois, dos vários indivíduos que vão apreciar a obra de Leonardo da Vinci, encontraremos desde pessoas especializadas em ARTE até leigos, como eu ou você, que vão empregar cada qual um conceito, de acordo com a percepção, após a contemplação da Monalisa.
          Então isso comprova que não existe uma definição exata a cerca do BELO, mas sim um sentimento que é UNIVERSAL e necessário.
          Em sua “Crítica da Faculdade do Juízo”, Kant também discorre sobre o Juízo Reflexionante, no tocante à observação da NATUREZA.
          Kant reconhece que, nas CIÊNCIAS baseadas na observação empírica, existem diversas leis, padrões e comportamentos regulares que não são determinados analiticamente a partir das leis a priori do entendimento.
          Para garantir a necessidade dessas leis empíricas, ele lança mão do Juízo Reflexionante, o qual, “comparável à indução CIENTÍFICA, (...) procede da diversidade particular das leis a um princípio unificador Transcendental”.
          Esse ideal de organização sistemática nos encaminha a considerar a existência de um propósito maior, que possibilite uma EXPERIÊNCIA unificada para o entendimento da NATUREZA.
          Tal raciocínio leva esse FILÓSOFO a reconhecer a necessidade de uma ideia de finalidade que englobe toda a NATUREZA enquanto tal (e que, no caso tratado, seria também responsável pela HARMONIA observável no MUNDO NATURAL).
          Note-se que a referida ideia de finalidade atribuída ao MUNDO NATURAL é apenas um princípio regulador, sem meios de ser comprovada a priori por nosso aparato cognitivo, mas a qual precisamos adotar para resolver nossas questões práticas de CONHECIMENTO.
          Devemos estar sempre conscientes de que se trata de uma pressuposição, mas não de imputação como tal. Em vez de afirmar que existe realmente essa finalidade, afirmaríamos que tudo se passa como se a mesma existisse.
          É nesses termos que se torna coerente a tese de que nunca poderia haver um “Newton dos Talos de Grama”, pois a FÍSICA, definida com base em conceitos puros do entendimento a priori, estaria em um grau de certeza superior aos CONHECIMENTOS que necessitam da suposição de um princípio regulador teleológico (visto ser necessário supor que a grama tem como finalidade o seu próprio crescimento).
          O Juízo Teleológico terá uma importância primordial na obra kantiana, visto que somente a partir dele será possível intermediar a CAUSALIDADE NATURAL com a FINALIDADE MORAL.
          Enfim, o Juízo Teleológico conseguirá transitar da ideia de uma harmonia interna ao sujeito transcendental (das faculdades mentais subjetivas, que é a pressuposição para o juízo estético), para uma harmonia que resida na própria NATUREZA.
          E para falar de uma finalidade em um objeto da NATUREZA, é preciso que esse objeto seja causa final de si mesmo, de maneira que o “nexo das partes seja tal que cada parte pareça determinada pelo todo; e o todo, por seu turno, não seja possível senão pelas partes”.
          Os principais exemplos dos objetos em questão serão os SERES ORGÂNICOS, os quais se organizam a si mesmos e, no contexto mais amplo, formam uma HARMONIA MAIOR: O AMBIENTE NATURAL.
          Consequencialmente, Kant define dois métodos para se investigar a NATUREZA. Primeiro, o CONHECIMENTO discursivo fundado nas causas eficientes e, portanto, no determinismo causal, cujo exemplo é a FÍSICA; e, em segundo lugar, de um entendimento intuitivo, que inicia por supor finalidades em um SER VIVO, ou mesmo na NATUREZA enquanto TODO ORGÂNICO para, em seguida, investigar suas partes.
          O Juízo Teleológico que, como vimos, está ancorado no Juízo Reflexionante, é imprescindível para o estudo concernente aos FENÔMENOS VITAIS.
          Embora não possamos aplicá-lo com o rigor de uma causa eficiente, conforme se faz na FÍSICA, o Juízo em foco deve ser um fio condutor para o CIENTISTA da NATUREZA, para que ele compreenda os SERES VIVOS e o AMBIENTE NATURAL.

          

          A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), também continua.
          Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura, boa saúde, pensamentos positivos e BOM DIA.
          PANACEIA* - UM SER SUPERIOR determinou a substituição do vocábulo.
    
     Aracaju, capital de Sergipe (Ex-PAÍS do FORRÓ e futuro “PAÍS da BOMBA ATÔMICA”), quinta-feira, 18 de agosto de 2016.



     Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573 - “BANQUEIRO” e Um Eterno Aprendiz.



          Fontes: (1) – DEUS. (2) – Os BEIJA-FLORES. (3) - As FLORES (4) – Um JARDIM. (5) - Um VIOLÃO. (6) – MÚSICAS. (7) – RECANTO das LETRAS – Transcrição parcial do artigo “O Que Significa DEÍSMO”, de autoria do Príncipe da LIBERDADE, publicado no dia 02 de fevereiro de 2016. (8) – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – Encyclopaedia Britannica do Brasil – Companhia de Melhoramentos de São Paulo – Indústrias de Papel – 11ª EDIÇÃO – 1989 – Página INFINITA... - Volume INFINITO... - (9) – Wikipédia, a enciclopédia “livre”. (10) – Outras fontes.

jorge martins
Enviado por jorge martins em 18/08/2016


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