A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... A VERDADE... A VIDA... A VONTADE... O SOL NÃO EXISTE... 32º ato.
A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... A VERDADE... A VIDA... A VONTADE... O SOL NÃO EXISTE... 32º ato.
O SOL NÃO EXISTE... 32º ato. GILBERTO CARVALHO - O HOMEM do CARRO PRETO de SANTO ANDRÉ (27ª parte). Afinal, quem foi, quem é, e o que quer o BARBUDO e ENVELHECIDO LULA? Como foi o início da vida de Lula? Como GILBERTO CARVALHO conheceu o SAPO BARBUDO? – 5º Capítulo. A MINEIRA, o CASAMENTO, a GRAVIDEZ, o suposto ABORTO, Morre a MÃE, Morre o FILHO, Fica o VIÚVO. Completando o 4º capítulo, da 26ª parte, do 31º ato da LIBERDADE e companhia limitada, publicado aqui no RECANTO das LETRAS, na quinta-feira, dia 21 de julho de 2022, no “segmento” (FONTES), devemos acrescentar as seguintes fontes: A - THOMPSON, John B., O Escândalo Político – Poder e Visibilidade na era da Mídia. Petrópolis, Rio de Janeiro: - Vozes, 2002. B - OURO e DÓLAR disparam com o avanço de Lula. Correio Brasiliense, Brasília, 12/12/1989. C - AVANÇO de Lula agita mercados e explode black. Correio Brasiliense, Brasília, 12/12/1989. D - LULA cresce e Quércia pode apoiar Collor. Correio Brasiliense, Brasília, 13/12/1989. E - Carvalho, Luiz Maklouf. Lula tem uma filha de 15 anos que poucos conhecem. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 26/04/1989. F - EX-MULHER acusa Lula de pedir ABORTO da FILHA. Correio Brasiliense, Brasília, 13/12/1989. G - LULA se CALA para que povo julgue MIRIAM. Correio Brasiliense, Brasília, 14/12/1989. H - COLLOR temia reação ao uso do caso MIRIAM. Estado de S. Paulo, São Paulo, 18/12/1990. Já no ano eleitoral de 1989, no dia 26 de abril, (bem antes do pleito) o jornalista LUIZ MAKLOUF CARVALHO, levava ao conhecimento dos leitores do JORNAL do BRASIL a informação de que Lula tinha uma FILHA de 15 anos de idade que poucos conheciam. O seja, Lula escondia de todos ou de quase todos os seus amigos a existência de sua filha LURIAN. MIRIAM acusa Lula de ele ter dado DINHEIRO para fazer o ABORTO da FILHA, “MANCHETAVA” o Correio Brasiliense na 4ª feira, dia 13 de dezembro de 1989, quatro dias antes da realização do 2º turno da eleição (que foi no domingo, dia 17 de dezembro de 1989). MIRIAM CORDEIRO afirmou: - Lula é RACISTA, ele é ABORTISTA e ele é indiferente sobre a FILHA! O que Lula fez perante as três acusações? Ficou CALADO. Dizem: - Quem CALA CONSENTE! Então... Mais uma vez aprendemos que na VIDA PARTICULAR, e mais intensamente na VIDA POLÍTICA, o passado, o presente e o futuro são muito importantes para o exercício da VIDA PÚBLICA. Exemplificando: - Uma boa base educacional. Em algumas ocasiões, um OTIMISTA e CONVINCENTE BOM DIA faz a gente ganhar o DIA. Estou falando da VIDA PRIVADA, da VIDA PARTICULAR, que pode se estender para a VIDA PÚBLICA ou não. Caminhando mentalmente por calçadas hipotéticas, eu fiz uma pergunta a mim mesmo: - Por que Lula ficou CALADO no último debate sobre as graves acusações feitas pela sua ex-namorada MIRIAM CORDEIRO? Ele teve direito à resposta no horário eleitoral de seu adversário (Collor), autorizado pelo TSE. Teve direito sim senhor! Quais as acusações? RACISTA, ABORTISTA e desdém com a FILHA. Ele tentava esconder a existência da FILHA. E o que ele fez? Passou a desancar a ex-mulher. É o mesmo que ficar CALADO! Ou pior! E, para milhões de TELESPECTADORES mais atentos, na hora, mudaram a INTENÇÃO do VOTO. Acho que ele estava imaginando que estava falando para uma multidão de SINDICALISTAS admiradores e domesticados súditos. Foi uma das poucas vezes em que, no BRASIL, poderosas Emissoras de Televisão se uniram para transmitir um debate entre dois Presidenciáveis. Nunca, até a presente data, procurei saber da vida pessoal de Lula. Hoje, eu quero saber todos os podres do LULÃO. Então vamos lá. 1ª versão. No dia 24 de maio de 1968, a mineira (pobre) nascida em Montes Claros, (e agora vivendo em São Paulo – outra fugitiva da SECA e da MISÉRIA) - MARIA de LOURDES -, de véu e grinalda, casava-se com LUIZ INÁCIO da SILVA, passando-se a chamar MARIA de LOURDES da SILVA. Lourdes e Luiz se conheceram em São Paulo. Dois anos depois (em 1970), perde a mulher, GRÁVIDA de “OITO MESES”, vítima de uma HEPATITE, agravada por uma ANEMIA e pela NEGLIGÊNCIA dos profissionais de saúde que a atenderam. O filho, um menino, também não resiste vindo a falecer. Desta forma, Lula fica viúvo aos 25 anos. Por este motivo, volta a frequentar BARES e FESTAS e engata um NAMORO atrás do outro. 2ª versão. Em 1969, Luiz Inácio da Silva foi eleito para a Diretoria do Sindicato como segundo suplente. Esse foi o início de sua trajetória no Movimento Trabalhista que o alçaria à Presidência. No mesmo ano (1969), o então METALÚRGICO se casou com a namorada, Maria de Lourdes. Observação do escriba: - Aqui já existe uma discordância de datas. O casamento foi em 1968 ou em 1969? Em 1971, Maria de Lourdes, GRÁVIDA de SETE MESES, ficou doente e foi realizado um parto prematuro. A mãe e o bebê morreram. O ATESTADO de ÓBITO alega que ela morreu de “coma hepático, provável hepatite”, e que o filho teve morte intra-uterina. Lula julga que as mortes ocorreram por NEGLIGÊNCIA. Maria de Lourdes da Silva e o bebê morreram em 1970 ou em 1971? O “atestado de óbito” ou a declaração de óbito poderá tirar a dúvida! Viúvo, em 1972, Lula mudou-se para São Bernardo do Campo. Sua chapa no SINDICATO foi reeleita e ele passou a ocupar o cargo de PRIMEIRO SECRETÁRIO, dedicando-se cada vez mais à atividade. Em 1973, começou a namorar a auxiliar de enfermagem MIRIAM CORDEIRO, que ENGRAVIDOU, e, em 1974, deu à luz LURIAN, primeira filha do futuro presidente. Ainda em 1974, Lula se casou com MARISA LETÍCIA, também viúva e mãe do menino Marcos, com dois anos na época. Posteriormente, Lula adotou o garoto. O casal teve mais três filhos: - Fábio Luiz, Sandro Luiz e Luiz Cláudio. Nestas duas versões iniciais observa-se que MIRIAM CORDEIRO e MARISA LETÍCIA namoravam ao mesmo tempo o garanhão LULÃO provavelmente entre 1973 e 1974. Devido ao caso amoroso entre MIRIAM CORDEIRO e LULÃO, a esposa MARISA LETÍCIA - (Lula e Marisa Letícia casaram-se em 1974) -, provocou uma séria crise de ciúmes em MARISA LETÍCIA, tendo esta última, pensado em separar-se de Lula. MARISA LETÍCIA nasceu no dia 07 de abril de 1950 em São Bernardo do Campo – SP. Era, portanto, uma paulista. 3ª versão. É uma versão muito mais grave, e mais difícil de acreditar, e a recebi pelo chamado WATSAPP. Acontece que uma irmã minha mais idosa (já tem 81 anos), residia em BRASÍLIA com o marido e com os dois filhos, desde o início da década de 1960, (poucos anos após a inauguração de BRASÍLIA). Hoje ela mora só, em um apartamento em BRASÍLIA, tendo em vista que o marido morreu há mais ou menos quatro anos. Atualmente, o casal de filhos mora em SÃO PAULO. Não sei por qual motivo ela é uma entusiasta da candidatura de BOLSONARO, e mantém muito contato com outra irmã nossa que reside aqui em ARACAJU. E, as duas irmãs vinham insistindo muito para que eu entrasse no chamado WHATSAPP FAMILIAR, cujos integrantes, na grande maioria são realmente da família. No passado, não tão distante assim, eu já fiz parte do WHATSAPP geral, podemos chamar assim. No entanto quiseram fazer do meu CELULAR uma LIXOLÂNDIA ou um PINICO. PINICO por PINICO eu prefiro o vaso sanitário ou a latrina mesmo. Acho mais confortável, além de que lugar de merda é na latrina mesmo. Acontece que o CELULAR-PINICO ou PINICO-CELULAR começou a encher e a feder muito. Pedi ao afilhado da minha irmã - (que é advogada aqui em ARACAJU) -, e que entende muito de COMPUTADORES e de CELULARES como deveria agir neste caso. Ele perguntou-me quem eram aquelas pessoas. Eu disse que eram amigos, conhecidos ou familiares. Poucas pessoas da família. Ele perguntou-me para que eu usava um CELULAR. Eu respondi: - Para fazer chamadas TELEFÔNICAS ou atender chamadas TELEFÔNICAS, desde que fossem de parentes, de pessoas amigas ou conhecidas. Só atendo um CELULAR se houver o NOME e o NÚMERO no VISOR. Ele perguntou-me: - E você lê as mensagens e responde às mensagens do WHATSAPP? Eu respondi que a princípio sim. Depois, como só apareciam merdas, deixei de merdar. - Então, se eu desligar o WHATSAPP não vai lhe fazer muita falta. – Eu respondi: - Não. Pode desligar. E foi desligado. - E, assim, passei mais de um ano sem o famoso WHATAPP. Porém, por insistência de minhas duas irmãs (a irmã de BRASÍLIA e a irmã de ARACAJU), voltei a ligar o WHATAPP há mais ou menos quatro meses. A partir da reativação do WHATAPP é que surgiu a “duvidosa” 3ª versão. Em 1969 acontece o 1º casamento de Lula. Em maio de 1969 Luiz Inácio da Silva, casa-se com a mineira Maria de Lourdes, nascida em Montes Claros – Minas Gerais. De origem humilde, e retirante da SECA, da FOME e da MISÉRIA, juntamente com a família, vai residir em SÃO PAULO – SP. Embora tenha morado e trabalhado inicialmente em Santos – São Paulo, Lula muda-se depois para a Selva de Pedra (São Paulo - Capital). É lá em São Paulo (capital) que Maria de Lourdes e Lula conheceram-se. Namoraram e se casaram. Ver logo abaixo a narrativa. A História de LOURDES, a Primeira Esposa de LULA. Por Luis Nassif – Publicado em 13 de maio de 2013 – 11 horas e 21 minutos. No próximo mês de junho fará 42 anos da morte de Lourdes, primeira esposa do ex-presidente Lula. O Jornal HOJE em DIA já fez anteriormente uma reportagem sobre o assunto, mas o que poucas pessoas sabem é que Lourdes era mineira de Montes Claros e que seus parentes vivem até hoje na região. Reproduzo abaixo o início da reportagem, que foi extraída do site “montesclaros.com”. Como a matéria é extensa e traz várias fotos da época, disponibilizo no final do texto o link para o site. Do “montesclaros.com” - LOURDES, o AMOR MINEIRO de LULA. Por PAULO NARCISO. Especial para o jornal “HOJE em DIA” (extraído do site “montesclaros.com”) LOURDES, o AMOR Mineiro de LULA. Por PAULO NARCISO – Especial para o “HOJE em DIA”. “O senhor é o senhor Luiz?”, perguntou o médico. “Sou”, respondeu o rapaz. O senhor precisa ser forte para ouvir o que vou lhe dizer. “Seu filho nasceu morto”, continuou o doutor. “É preciso ser mais forte ainda, porque sua mulher também morreu”. Assim Luiz Inácio da Silva recebeu a notícia da morte de Maria de Lourdes da Silva, sua primeira mulher. Era manhã de segunda-feira, 07 de junho de 1971. Maria de Lourdes, nascida na zona rural de Montes Claros, foi como seu marido, RETIRANTE da mesma seca de 1952. Unidos pelo destino, se conheceram em um bairro pobre de São Paulo, onde eram vizinhos. Em reportagem especial dos repórteres Paulo Narciso e Leo Drumond, o HOJE em DIA refez esta parte da biografia do Presidente, percorrendo, ao lado de sua primeira sogra, Dona HERMÍNIA, e do cunhado e amigo de juventude, JACINTO RIBEIRO, o LAMBARI, a vila onde nasceu Lourdes, no Norte de Minas. Página 7 a 11, Especial. UNIDOS pela SECA. Lula, até hoje, está convencido de que as mortes de sua primeira mulher e do filho foram causadas por negligência. Em depoimentos a Denise Paraná, na biografia autorizada “Lula, o Filho do Brasil”, ele revela a revolta de sua convicção: A Lourdes tinha ficado grávida e, no sétimo mês da gravidez, ela pegou hepatite. Ninguém me tira da cabeça que ela morreu por negligência da rede hospitalar do Brasil, por problemas de relaxamento médico. Porque ela estava com anemia profunda e uma hepatite crônica. Ela poderia ter sido mais bem tratada. Morreu sem que houvesse nenhuma assistência para ela. Eu fui ao hospital e vi. Ela gritava, ela gritava, ela gritava. Não tinha um médico para atender, não tinha ninguém. Sinceramente, eu tenho muitas restrições a esses médicos que estavam no hospital. “Hoje, eu tenho consciência de quanto um desgraçado de um pobre passa nos hospitais”. Fugitivos da mesma seca de 1952, nos sertões de Pernambuco e de Montes Claros, a 3.000 quilômetros de distância entre si, Lula com SETE anos, Lourdes com TRÊS, os dois se encontraram em São Paulo já mocinhos, vizinhos de uma casa de parede-meia no Bairro Operário da PONTE PRETA. Abandonada pelo marido quando estava grávida de Lula, já nos dias de nascer, Dona LINDU recebeu carta do segundo filho mais velho, JAIME, que a chamava para São Paulo, supostamente a pedido do marido. O penúltimo dos filhos e caçula dos homens, Lula, havia escapado de morrer aos QUATRO anos, quando uma JUMENTA o ergueu pela BOCA, numa MORDIDA, e só o largou depois de receber uma PUNHALADA no pescoço. Sem recursos para sustentar os filhos, Dona LINDU vendeu as terras secas por 13 mil cruzeiros, vendeu o relógio, vendeu o jumento, vendeu os santos e as fotografias de família, e tomou o “pau-de-arara” com 07 filhos, um irmão, cunhada e sobrinho. Deixou apenas o cachorro, que aos cuidados de um tio, parou de comer e morreu de saudade dos meninos. Enquanto esperava o caminhão “pau-de-arara”, que atrasou, ela colocou os filhos num quartinho na Bodega do TOZINHO, e fechou a porta, para que o cachorro “LOBO” não visse os meninos e os meninos não vissem o cachorro. Dona LINDU estava determinada: - “Vamos embora, ou bem ou mal, para morrer de fome, nós morremos em São Paulo”. A viagem até o marido e o segundo filho, em Santos, durou exatos 13 dias e 13 noites, de 10 a 23 de dezembro de l952. Lula – que nunca havia saído de Vargem Comprida - viajou com uma única camisa, que chegou podre a São Paulo. O percurso foi feito todo na terra. Havia poucos ônibus e os raros postos de gasolina não dispunham de banheiros. O motorista do “pau-de-arara” era quem punha ordem na hora das “necessidades” e disciplinava no meio do mato: - “Homens para um lado, mulheres para o outro”. Lula descreve o “pau-de-arara”: - É uma tábua atravessada na carroceria do caminhão. Não tem nem encosto atrás. Não é um banquinho de madeira. É uma tábua grudada na carroceria. Você senta e não tem encosto. A gente pode cair. Tinha umas 30, 40 pessoas dentro do caminhão. A gente dormia na calçada. Esticava-se e começava a dormir ali. Ás vezes, com um cobertorzinho. E, de repente, a gente acordava embaixo da chuva e tinha de correr para debaixo do caminhão. Não cabia todo mundo. Ficava todo mundo amontoado debaixo do caminhão. Ainda na saída de Pernambuco, numa noitinha, bateram na lataria da boléia, indicando que alguém estava com “precisão”. O caminhão parou no meio do mato e Lula e o irmão “Frei Chico”, 03 anos mais velho, que vinham sentados no banco de trás com as pernas de fora, foram os primeiros a saltar. Mas, estava escuro, acharam o lugar perigoso, e o motorista arrancou com o caminhão. Lula e o irmão, deixados para trás, gritavam, correndo: - “Pára, pára, pára”, enquanto Dona LINDU se desesperava na carroceria com os outros 05 filhos. NA VIAGEM. Quando entraram em Minas, os RETIRANTES desceram pelo leste, em direção a TEÓFILO OTONI e GOVERNADOR VALADARES, quando poderiam ter seguido pela rota de MONTES CLAROS, muito usada pelos retirantes nordestinos, especialmente pelos que vinham pelas “gaiolas” do Rio São Francisco até Pirapora. ”Frei Chico”, que se declara ATEU apesar do “frei” no apelido, diz que o caminhão viajava com a lona abaixada e que se lembra apenas da cidade de VASSOURAS, no Rio. Ele tinha 10 anos. Se tivessem passado por MONTES CLAROS, poderiam ter cruzado com uma camioneta que, no mesmo mês do mesmo ano, levava os RETIRANTES LOURDES e sua família para a gare da CENTRAL do BRASIL, onde tomaram o “trem baiano” para São Paulo. O pai de Lula era Estivador no Porto de Santos e se surpreendeu com a chegada da primeira família, naquela véspera de Natal. Com a PRIMA de Dona LINDU, ele já tinha filhos de 06 e 07 anos e a primeira coisa que perguntou, ao ver a família que não esperava, foi pelo cachorro “LOBO”, que havia ficado no sertão. “Cadê o cachorro?”. Lula lamenta: - “Na verdade, meu pai estava pouco interessado que minha mãe viesse para cá, porque ele queria viver a vidinha dele com a mulher que ele tinha aqui, que era uma PRIMA de MINHA MÃE. Meu pai tinha saído de Pernambuco com essa PRIMA. “Ela tinha desaparecido, mas ninguém tinha feito a relação entre o desaparecimento dela e a vinda do meu pai”. E meu irmão, na carta, não conta essa história para minha mãe, só diz que meu pai queria que ela viesse para cá. O Estivador ARISTIDES, Carregador de Sacos de Café, bem ou mal, acolhe a primeira família, transfere a segunda mulher para outra casa e os aloja na casa principal. Ficava dois dias numa casa, dois dias na outra. Acabou pai de 18 filhos, oito com Dona LINDU, fora os 04 que morreram, e 10 com a PRIMA Dona “MOCINHA”. Os filhos, todos os filhos, não têm boas lembranças dele, e Lula chega a dizer nas suas memórias que o pai “cuidava mais dos cachorros que dos filhos”. Tempos depois, quando ganhou uma “mangueirada” na cabeça, Dona LINDU resolve, agora por iniciativa dela, deixar o marido, cansada dos maus tratos contra ela e os filhos. “E aí, para nós foi ótimo. Nós ficamos em liberdade? A gente passou a viver melhor. Era uma pobreza com liberdade. Então, a separação dos meus pais, no fundo, no fundo, foi uma grande liberdade” - comemorou Lula, que quase só podia trabalhar, pois era proibido de estudar pelo pai “analfabeto” que adorava comprar jornais quando andava de barco, “lendo” jornal muitas vezes de cabeça para baixo. Os três irmãos mais velhos já trabalhavam e Lula e “Frei Chico” vendiam laranja, tapioca e amendoim, pelas ruas de Santos, além de carregarem feixes de lenha. Aos 10 anos, Lula vai com a mãe e os irmãos para São Paulo. Eles mudaram para um barraco, que “era tão barraco, que um dia despencou”. Algumas das irmãs já trabalhavam como empregadas domésticas e toda a mudança se resumiam “numa tina e uma lata de leite Mococa, para guardar o pão e uma faca”. O que se tornaria Presidente da República se lembra de que todos gozavam do seu pescoço curto: - “Eu era assim de tanto carregar lenha”. Engraxate, tintureiro, telefonista, Lula ia mudando de emprego conforme mudava de endereços, mas servido de uma calça só, que a mãe lavava aos domingos. O sonho era ser motorista de caminhão, mas este dia não chegava. “Foi um período muito ruim. Muita miséria. Mas eu era um moleque feliz. Porque a gente era pobre, mas a gente tinha um mundo à nossa disposição”. Na VILA CARIOCA, em mais de um endereço diferente, ele consegue entrar para o SENAI, “no melhor período da minha infância”, toma o primeiro “fogo” da vida, um porre de vinho e cerveja, e começa a trabalhar na Fábrica de Parafusos Marte e, depois, na Fábrica Independência. Aqui, como torneiro-mecânico trabalhando à noite, o braço da prensa “fechou” e esmagou o dedo menor da sua mão esquerda. Com a indenização de 350 mil cruzeiros, Lula comprou móveis para a mãe e um terreninho. Mais: - O dedo esmagado, envolto em curativos, despertaria a dó de Maria de Lourdes, que logo se tornaria vizinho. Era o encontro da moça de Montes Claros com o rapazinho de Vargem Comprida, em São Paulo, uma cidade já com milhões de habitantes. LAMBARI. Era 1965. Lula foi com a família morar na PONTE PRETA, na VILA SÃO JOSÉ, divisa de São Caetano e São Paulo. Ele estava com um dedo a menos na mão esquerda, estava desempregado e “tinha muita miséria em casa”. Mas, uma miséria significativamente menor. A família já possuía um fogão de duas bocas e muitos catres velhos. ”Eu e o meu irmão colocamos o fogão bem no alto e nós íamos com muito orgulho em cima do caminhão. Afinal de contas, a gente já tinha um fogão”. O seu plano de vida estava definido: - “tudo o que eu queria era o que todo mundo quer - ter uma vida tranquila, ganhar meu salário. Queria casar e constituir minha família sem nenhuma ilusão”. Com 20 anos, nada sugeria o futuro líder de massas, bom orador, desinibido, convincente. Ao contrário, era tímido, trancado mesmo, pouco saliente, pouco “saído” - resumia sua mãe. Queria só ter casa, mulher e filhos. Para isso, o destino havia feito sua parte. Ao lado da casa, do outro lado da parede, morava Maria de Lourdes, com pai, mãe e três irmãos. Os RETIRANTES de Montes Claros haviam dado a volta pelo mundo, no interior de São Paulo, e também acabavam de chegar, ali. Todos se tornaram amigos. LAMBARI, o melhor de todos - o amigo da juventude. Mas, havia enchentes. A água do ribeirão teimoso vinha pela janela, misturada com água dos vasos sanitários, e acordava Lula quanto atingia o colchão. Resolveram mudar de novo e foram para o JARDIM PATENTE. A família de Lourdes, com o mesmo problema, também se mudou. Lá, os amigos, “amigos mesmos”, conhecidos de muitos anos, companheiros de festas, de bailes, de enchentes, de desemprego, de infortúnio, resolveram se namorar. Numa festa, Lula tomou três conhaques, criou coragem e fez a proposta. LAMBARI ajudou no consentimento, mas não ficou atrás. Passou a namorar a irmã de Lula mais nova, TIANA, ou RUTH, conforme lhe chamavam pelo nome de BATISMO ou pelo nome do REGISTRO CIVIL. Esta irmã tem a memória do clima: - “Nossa adolescência foi uma fase gostosa. Ficamos conhecendo Dona HERMÍNIA, que virou Sogra dele. Nós fizemos amizade, “uma amizade gostosa”. Lula nunca foi de namorar. A primeira namorada dele foi LOURDES. Tinha o JACINTO, que hoje a gente chama de LAMBARI, tinha o TONINHO e o ZEZINHO. Tinha os bailinhos em casa de família, domingo à tarde. Tocava RAY CONIFF, CARLOS ALBERTO, ROBERTO CARLOS. “A gente bebia refrigerante”. MARIA de LOURDES - “A MORENA de cabelos compridos, muito bonita, conservadora, sem nenhuma formação política, muito trabalhadora”, segundo Lula – já trabalhava como tecelã. Seus patrões a aconselharam e ela repetiu a Lula que ele não deveria se envolver com SINDICATOS. Sem maior empenho, ele tomou posse como DIRETOR do SINDICATO em 24 de abril de l969 e se casou no dia 25 de maio de l969, um mês depois. A festa de casamento foi na casa da irmã RUTH, na PAULICÉIA, com batatinha, pão, sanduíche, bolo e guaraná. “Foi um casamento que tinha tudo para dar certo. E eles viviam muito bem”, recorda-se a irmã. Com as economias dos dois, compraram casa na Rua que tinha 04 nomes, à medida que se encurvava. Sogros e cunhados moravam na Rua Verão e Lula e Lourdes, na Rua Outono. A casa tinha 02 quartos, sala e cozinha, logo reformada para receber o primeiro filho. A gravidez transcorria tranqüila, até que, no 8º mês, MARIA de LOURDES apareceu muito pálida, com os olhos amarelos. Nas suas memórias, Lula descreve: - Foi nesta casa que eu fiquei viúvo. Eu lembro que eu fui visitar ela num domingo. Ela estava numa situação deplorável no hospital, com um monte de gente no quarto. Ela gritava, eu fui chamar a enfermeira, a enfermeira não quis atender. Na segunda-feira, eu fui levar a roupinha da criança. Cheguei lá e ela estava morta. Meu filho estava morto. Isso marcou muito a minha vida. Como morreu a LOURDES, morrem milhões de pessoas por aí nesse país sem ter o menor tratamento médico. Nós tínhamos planejado um filho, a gente queria ter um filho. O velório de mãe e filho foi na Rua Outono. O piso de tábua corrida afundou com o peso de tanta gente e a câmara ardente foi transferida para a copa. Lula descreve o estado em que ficou: - “Eu fiquei muito tempo meio bobão. Eu ia ao cemitério todo domingo, eu levava flores para colocar no túmulo dela. Eu, às vezes, ia sair de noite para qualquer lugar, mas quando eu ouvia música... não agüentava... e voltava para casa. Eu não tinha mais vontade de sair. Eu fiquei 03 anos e meio deprimido. Eu fiquei muito tempo meio borocoxô. Eu perdi o sentido da vida. Não tinha mais vontade de nada. “Eu passei 03 anos sem namorar”. Por esta época, Lula conheceu a auxiliar de enfermagem MIRIAM CORDEIRO, com quem teve uma filha. Começou a namorar MARISA, viúva de um metalúrgico, filho único, que nas horas vagas ajudava o pai no táxi e foi assassinado dentro do carro, num assalto. Lula era freguês do “fusquinha” do seu Cândido, que no táxi não parava de elogiar a beleza da nova viúva. Depois, Lula conheceu MARISA no SINDICATO dos METALÚRGICOS, casou-se com ela, registrou em seu nome o filho dela (Marcos) e tiveram mais 03 filhos (Fábio Luiz, Sandro Luiz e Luiz Cláudio). “Seu” Cândido e a mulher foram padrinhos do primeiro filho do casal, mas ele morreu também assassinado num assalto, como o filho. UM AMOR. Enquanto o caminhão “pau-de-arara” conduzindo Lula descia de Vargem Comprida, hoje Caetés, Pernambuco, outra família deixava o Norte de Minas. O lavrador MANOEL de BITU. Irmão do Padrasto de Dona HERMÍNIA, morava em IBITINGA, interior paulista, e queria que eles fossem para lá. O PAI de LOURDES, JOÃO EVANGELISTA, havia lançado sementes na encosta pedregosa do MORRO AGUDO, em plena estação das águas, mas a roça de milho e feijão não brotou - era a seca, na época das chuvas, a pior. A MÃE de Dona HERMÍNIA, casada pela segunda vez, havia MORRIDO de PARTO, junto com a CRIANÇA. BRASINHO, mulato forte muito afeiçoado à menina LOURDES, de 03 anos, então lidera os RETIRANTES em direção ao seu Irmão, na cultura de algodão na fazenda paulista. Venderam 02 porcos, 02 cavalos e 01 galinha e seguiram: - BRASINHO, Dona HERMÍNIA, com 22 anos, o Marido EVANGELISTA, o Irmão dela, MANÉ CODORNA e os 04 filhos do casal - TONINHO, de 08 anos, JACINTO (LAMBARI) de 06, LOURDES, de 03, e ZEZINHO, de apenas 08 meses. Os 48 quilômetros de MORRO AGUDO à gare da CENTRAL do BRASIL em MONTES CLAROS foram vencidos numa camioneta. Duro foi esperar o trem “maria-fumaça”, arranchados na calçada da PRAÇA da ESTAÇÃO, com centenas de outros RETIRANTES. Depois de dias de espera, quando fazia uma caçarolada de abóbora, o apito estridente convocou os RETIRANTES, a abóbora foi atirada no saco de farinha, e todos se precipitaram no vagão de segunda e última classe. A rotina nos dez dias seguintes até SÃO PAULO, de baldeação em baldeação, é a epopéia de todo RETIRANTE que o “trem do sertão” levou e trouxe de SÃO PAULO, sempre cheio, sempre melancólico, sempre carregado mais de saudades do que de apinhados passageiros. Lances dramáticos não faltaram àquela caravana de mineiros. TONINHO e JACINTO (LAMBARI) arrancaram algum dinheiro dos menos infelizes com a voz infantil, de 08 e 06 anos, que cantava, e suavizava, com a Música Sertaneja, o drama reprisado de outros. (LAMBARI, até hoje, canta Música Sertaneja, toda sexta-feira, no restaurante Chabocão, em São Bernardo do Campo). Aflição maior viveu Dona HERMÍNIA, Futura Sogra do Presidente da República. Exausta, em pânico, ela apertava contra o peito o caçula ZEZINHO, de OITO meses – hoje Afilhado de Casamento de Lula. O menino tinha bronquite e a orientação do chefe do trem não admitia exceções: - “quem morrer na viagem, vai ser atirado pela janela”. E toda vez que passava o Chefe do Trem, e olhava para a criança com bronquite, o chefe perguntava – “tá doente?”. Ela pronta respondia: - “Não senhor, não senhor, tá sadio, tá bom”, e segurava o menino mais forte, contra o peito, e o retinha, com a janela fechada. Foi assim, nos mil e tantos quilômetros, 10 dias e 10 noites, dormindo no chão, nas calçadas. Na “imigração”, em SÃO PAULO, e nas estações por onde passaram, os quatro meninos INCHARAM o BRAÇO de tanto tomar VACINA, 04 ou 05 num dia só. É que o PAI EVANGELISTA, doente do PULMÃO, tinha esperança de que as filas que se formavam em cada estação fossem para SERVIR COMIDA – mas eles SERVIAM VACINAS. MANOEL de BITU os esperava em IBITINGA, interior de SÃO PAULO. Foram depois para o plantio de mandioca na Fazenda RONCA, onde havia escola, que não freqüentavam, porque Dona HERMÍNIA os trancava em casa para sair cedo trabalhar na ROÇA. Na Fazenda Barreiro, ficaram 09 anos como MEEIROS, e o fazendeiro sem filhos – ERNESTO SALENO – quis adotar LAMBARI, com a pronta resistência da mãe, que preferia vê-lo caminhar quatro quilômetros, todo dia, para ir a ESCOLA – ele e os irmãos. Foi nesta época que os quatro ganharam Registro de Nascimento, atabalhoadamente providenciado pelo PAI com o recurso de MEMÓRIA que dispunha: “este nasceu na sementeira do arroz..., aquele na colheita do milho..., a menina durante a chuvarada...”. Os Registros apontam MIRALTA, distrito de MONTES CLAROS, como o local de Nascimento, e as DATAS são IMPRECISAS. Nesta época, por 01 ano e precisos 26 dias, Dona HERMÍNIA foi tratar-se do PULMÃO, também ela, no HOSPITAL SANATÓRIO de ARARAQUARA, e a menina LOURDES, assumiu o comando da casa. Seguiram depois para BARIRI, já como ARRENDATÁRIOS de TERRA que produzia amendoim, milho e mamona. LAMBARI fazia o curso de torneiro-mecânico do SENAI em IBITINGA, bancado pelo fazendeiro que o queria adotar, e em BARIRI compraram casa na cidade, onde passam a residir. LAMBARI Arrendatário de uma TORNEARIA, TONINHO trabalhando na Padaria e, LOURDES, na Fábrica de Óleo, enquanto completava o Curso de Corte e Costura. Os PAIS eram “BÓIAS-FRIAS” na Colheita de Café e Algodão. Aracaju, domingo, 24 de julho de 2022. JORGE MARTINS CARDOSO – MÉDICO – CREMESE nº 573. FONTES: - (1) – INTERNET. (2) – GOOGLE. (3) – WIKIPÉDIA. (4) – GNN JORNAL, Por Luis Nassif. (5) – Jornal Hoje em Dia, de Montes Claros. {(A matéria foi publicada após o 2º turno da ELEIÇÃO de LUIZ INÁCIO LULA da SILVA (PT) em 2002, e já reconhecida pelo TSE a sua vitória sobre o adversário JOSÉ SERRA (PSDB)}. (6) – Extraído do site “montesclaros”. (7) – A reportagem é acompanhada de mais de uma dezena de fotografias sobre o casal, o casamento e sobre outros familiares.
jorge martins
Enviado por jorge martins em 24/07/2022
Alterado em 25/07/2022 |
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