Jorge Martins Cardoso

 

Um eterno aprendiz



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A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... A VERDADE... A VIDA... A VONTADE... O SOL EXISTE... 7º ato.
A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... A VERDADE... A VIDA... A VONTADE... O SOL EXISTE... 7º ato.






O SOL EXISTE... 7º ato.




3º Episódio – Saúde e Política.




“Aquele infeliz da COSTELA ÔCA” – 2ª parte.



     VALE a PENA LER de NOVO - Chamavam OFENSIVAMENTE quem era atacado pela FOME e a TUBERCULOSE de "Infeliz da Costela Ôca". Repetindo: - FOME e TUBERCULOSE.  



SANATÓRIOS.



    
     SANATÓRIOS, muito comuns nos tempos mais antigos, são edifícios para onde os doentes com TUBERCULOSE ou Outras Doenças eram encaminhados, ficando assim COMPLETAMENTE EXCLUÍDOS da SOCIEDADE.

     Regra geral, situavam-se em LOCAIS ALTOS e AREJADOS, proporcionando um contato privilegiado com a NATUREZA.

     SANATÓRIO - É o lugar onde são internadas as pessoas que precisam de TRATAMENTOS para serem "SARADAS", vem de SANAR. É conhecido popularmente como um local para identificar o lugar onde são SANADAS as ENFERMIDADES MENTAIS, mas, trata-se Todos os Tipos de Doença em Geral.

     De acordo com o dicionário, é um "ESTABELECIMENTO que recebe DOENTES para TRATAMENTO ou CONVALESCENÇA."

     É comumente confundido com MANICÔMIO -  (http://www.dicio.com.br/manicomio/) e HOSPÍCIO (http://www.dicio.com.br/manicomio/).






4º Episódio – SAÚDE e POLÍTICA.



HISTÓRIA dos SANATÓRIOS, MANICÔMIOS e HOSPÍCIOS.



     ASILE, MADHOUSE, ASYLUM, HOSPIZIO, são alguns dos nomes que denominam as INSTITUIÇÕES cujo fim é abrigar, recolher ou dar algum tipo de assistência aos "LOUCOS".

     As denominações variam de acordo com os diferentes contextos históricos em que foram criados, surgindo a partir do século XIX e designando os HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS, com a função de dar um ATENDIMENTO MÉDICO SISTEMÁTICO e ESPECIALIZADO.

     A prática de retirar os DOENTES MENTAIS do CONVÍVIO SOCIAL para colocá-los em um lugar específico surge em um determinado período histórico.

     Segundo MICHEL FOUCAULT, em “A história da loucura na idade clássica”, ela tem origem na CULTURA ÁRABE, datando o PRIMEIRO HOSPÍCIO conhecido do SÉCULO VII.

     Os PRIMEIROS HOSPÍCIOS EUROPEUS são criados no SÉCULO XV, quando da OCUPAÇÃO ÁRABE da ESPANHA.

     Na ITÁLIA eles datam do mesmo período, e surgem em FLORENÇA, PÁDUA e BÉRGAMO.

     No SÉCULO XVII os HOSPÍCIOS proliferam e abrigam juntamente, os DOENTES MENTAIS com marginalizados de outras espécies.

     O TRATAMENTO que essas pessoas recebiam nas instituições costumava ser DESUMANO, sendo considerado pior do que o recebido nas PRISÕES.

     Em PORTUGAL os principais SANATÓRIOS localizavam-se na SERRA da ESTRELA e no CARAMULO.

     O da SERRA da ESTRELA é atualmente uma POUSADA de PORTUGAL e o do CARAMULO encontra-se Abandonado e em Degradação.




CATEGORIA:


HOSPITAIS.


     Esta página foi editada pela última vez às 01h33min de 17 de novembro de 2021.




5º Episódio – SAÚDE e POLÍTICA.



“Aqueles infelizes da COSTELA ÔCA” – 3ª parte.




As CIDADES-SANATÓRIO BRASILEIRAS e a HISTÓRIA da TUBERCULOSE.

Por Rafael Sette Câmara - Postado em 10 de julho de 2020 - Atualizado em 22 de outubro de 2020.

     Atlas: - Campos do Jordão, Belo Horizonte, Minas Gerais e São Paulo.


     CASTRO ALVES tanto sabia que ia morrer que deixou isso registrado. O poeta brasileiro sofria com a TUBERCULOSE, que no SÉCULO XIX e meados do SÉCULO XX era responsável por 57% das MORTES causadas por DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS. “Um mal terrível me devora a vida”, ele escreveu, no Poema MOCIDADE e MORTE.

     E completou: - “E eu morro, ó Deus! Na aurora da existência, quando a sede e o desejo em nós palpita”. Ele viveu até os 24 anos.

     E não foi o único nome da ARTE BRASILEIRA a morrer jovem e por conta da TUBERCULOSE.

     Até a descoberta da ESTREPTOMICINA, em 1943, a doença era uma das mais temíveis do mundo.

     E afetava pobres e ricos, artistas e gente comum, presidiários e Imperadores - até Dom Pedro I morreu assim.

     Antes da chegada do ANTIBIÓTICO, o principal tratamento para a TUBERCULOSE envolvia uma TÉCNICA chamada CLIMATOTERAPIA ou CLIMOTERAPIA.

     Foi por causa dela que surgiram as CIDADES-SANATÓRIO, como CAMPOS do JORDÃO, SÃO JOSÉ dos CAMPOS e CORREIAS.

     E até Capitais, como BELO HORIZONTE passou a ser procurada por conta do Clima de Montanha.


     Veja também:


    
     A GRIPE ESPANHOLA nos jornais de 1918 e como o CORONAVÍRUS repete o passado.


     A incrível história da QUININA - da MALÁRIA à ÁGUA TÔNICA.


     REVOLTA da VACINA – A história da maior rebelião urbana do Brasil.







CLIMATOTERAPIA, OS SANATÓRIOS e a TUBERCULOSE.



    

     A FEBRE pode ser o primeiro SINAL, mas o problema é que isso vale para muitas doenças. Tosse persistente, catarro, cansaço, dor no peito, sudorese, falta de apetite e emagrecimento são outros sintomas. Assim como a temida HEMOPTISE - A TOSSE com SANGUE.

     A TUBERCULOSE é causada pelo BACILO de KOCH, uma BACTÉRIA transmitida pelos PERDIGOTOS da RESPIRAÇÃO, da FALA ou de um ESPIRRO.

     Uma DOENÇA que, mesmo com MEDICAMENTOS e VACINA, até hoje MATA. Meio que sem querer, a TUBERCULOSE levou ao desenvolvimento de uma das CIDADES mais TURÍSTICAS de SÃO PAULO.

     Se hoje CAMPOS do JORDÃO é conhecida como a CAPITAL ROMÂNTICA do PAÍS, em Meados do Século XX a fama era outra, a de principal CIDADE-SANATÓRIO do Brasil.

     Localizada na SERRA da MANTIQUEIRA e com Altitude Média de 1600 metros, CAMPOS do JORDÃO era o melhor endereço para a CLIMATOTERAPIA. “Médicos começaram a comparar o AR da SUÍÇA com o de Campos do Jordão”, explica ANA ENEDI PRINCE, doutora e pós-doutora em História pela UNIVERSIDADE de SÃO PAULO e autora da série TUBERCULOSE e HISTÓRIA.

     “Desde o final do SÉCULO XIX que várias pessoas iam pra Campos do Jordão por causa do AR”.

     “Na época se acreditava que a CLIMATOTERAPIA era muito eficaz no tratamento de TUBERCULOSE. Uma teoria dizia que em determinados tipos de ambiente existia um componente que restaurava os PULMÕES”.

     Por isso, doentes buscavam pela cura no Clima de Montanha de Campos do Jordão. E os SANATÓRIOS - edifícios grandes, afastados da cidade e onde centenas de pacientes passavam temporadas - não tardaram a chegar.

     Lá os pacientes tinham Atendimento Médico, boa ALIMENTAÇÃO, DESCANSO e LAZER. “Todos os SANATÓRIOS tinham PIANOS, eles faziam SARAU, então essa parte de divertimento era bastante desenvolvida”.

     Porque a pessoa já estava TRISTE, ISOLADA, ESTIGMATIZADA. “E essa era uma forma de não entrar em depressão”, conta a pesquisadora.

     Para evitar a TRANSMISSÃO, cada pessoa tinha seus próprios TALHERES, mas NINGUÉM USAVA MÁSCARAS.

     E embora muitos pacientes MORRESSEM nos SANATÓRIOS, o índice de CURA era ALTO.

     “Foi uma medida necessária e eficaz”, diz ANA ENEDI PRINCE, que destaca ainda o Preconceito que a doença gerava.

     “A TUBERCULOSE, a princípio, era vista como uma DOENÇA que atingia principalmente os POBRES”.

     “Porque dava nos CORTIÇOS, por falta de HIGIENE, pelo fato das pessoas RESPIRAREM o mesmo AR”.

     Se alguns pacientes passavam meses isolados de suas famílias nos SANATÓRIOS, a doença de outros causava a mudança da família inteira.

     Em Campos do Jordão, PENSÕES surgiram para receber os parentes dos infectados, que passava a morar na cidade, o que facilitava a visitação.

     Até crianças tinham casas de apoio. E se os pais morriam nos SANATÓRIOS, muitas acabavam adotadas por famílias da região.

     Hoje, quem visita Campos do Jordão se encanta com a Arquitetura Europeia das Casas, mas poucos se dão conta que esse Clima de “Suíça Brasileira” veio da CLIMATOTERAPIA e da vocação da cidade no TRATAMENTO para a TUBERCULOSE.

     Após a descoberta da ESTREPTOMICINA, os SANATÓRIOS perderam seu papel, e os pacientes passaram a ser tratados em casa.

     Só que a fama de Campos do Jordão continuou forte, com o AR da REGIÃO sendo indicado para descansar.

     “Campos do Jordão já tinha uma infraestrutura criada pra FASE SANATORIAL. As RUAS eram CALÇADAS, não podiam ser de terra, porque eram LAVADAS a cada dia.

     Já tinha coleta de lixo e iluminação pública. “Muitas famílias ricas de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a construir casas de veraneio lá”, explica a pesquisadora.

     Segundo ela, na década de 1940 Campos do Jordão oferecia alguns dos melhores HOTÉIS do BRASIL. Nasceram assim as casas em estilo europeu.

     “As construções passaram a ser feitas dessa forma para fazer jus à fama da cidade”, completa.

     FOTO - Campos do Jordão – Por Leandro Neumann Ciuffo.




A TUBERCULOSE ROMANTIZADA pela BOEMIA.



    
     As gargalhadas foram tão intensas que interromperam a PEÇA: - É que os risos causaram um forte acesso de TOSSE COLETIVA.

     E poucas coisas eram menos indicadas para um SANATÓRIO do que vários pacientes TOSSINDO sem parar.

     O responsável pelos RISOS foi NELSON RODRIGUES, então com 23 anos e que estava no SANATORINHO, em Campos do Jordão, pela primeira vez.

     Nelson Rodrigues sofreu com a TUBERCULOSE por décadas - só essa primeira internação durou quatorze meses.

     A experiência em Campos do Jordão moldou o trabalho do Escritor, conhecido por mesclar Comédia e Tragédia em seus textos.

     E assim a carreira de Nelson Rodrigues na DRAMATURGIA começou dentro do SANATÓRIO.

     É o que conta RUY CASTRO, em “O Anjo Pornográfico”, biografia publicada em 1992: - “Texto e título (daquela peça) se perderam, mas foi ela, e não “A mulher sem pecado”, cinco anos depois, a primeira experiência, digamos, DRAMÁTICA de Nelson Rodrigues”.

     Se NELSON RODRIGUES escapou da TUBERCULOSE, o irmão mais novo dele, JOFFRE RODRIGUES, morreu com a doença, num SANATÓRIO em CORREIAS, Distrito de PETRÓPOLIS. Ele tinha 21 anos.

     “A TUBERCULOSE passou a ser ROMANTIZADA. Passou a ser a Doença dos Boêmios, dos Artistas, das Pessoas que Passavam a Madrugada na Rua, Pegavam Aquela Garoa Fria”, explica ANA ENEDI PRINCE.

     O SAMBISTA NOEL ROSA foi outro que morreu com a doença, em 1937, quando tinha apenas 26 anos.

     Cerca de dois anos antes, NOEL ROSA desembarcou em BELO HORIZONTE.

    Se veio de trem, ele certamente foi recepcionado pelo Grandioso Monumento TERRA MINEIRA: - Uma obra de bronze, em que um homem com uma bandeira dá boas-vindas a quem deixa a estação.

     Na base, uma inscrição em latim diz “Os montanhistas são sempre livres”.

     Com Altitude Média de 900 metros e alguns bairros acima dos 1.300, a Capital Mineira foi outra das CIDADES-SANATÓRIO do BRASIL.

     Inaugurado em 1928, o SANATÓRIO MINAS GERAIS foi o Terceiro do País.

    Logo, vieram outros, muitos deles afastados da cidade. Com o fim da FASE SANATORIAL, muitos desses edifícios viraram HOSPITAIS GERAIS, e hoje estão inseridos no Sistema de Saúde de BELO HORIZONTE.

     Se Noel Rosa passou seis meses fugindo do SANATÓRIO para curtir a noite Belo-Horizontina, MONTEIRO LOBATO foi outro que viveu uma temporada em Campos do Jordão, mas Acompanhando o FILHO, GUILHERME, que tentava se CURAR da TUBERCULOSE.

     E MANUEL BANDEIRA, que sofreu com a doença desde a adolescência, passou por SANATÓRIOS em TERESÓPOLIS e até na SUÍÇA.

    É dele o Poema PNEUMOTÓRAX, nome de um TRATAMENTO para a TUBERCULOSE que envolvia a INSERÇÃO ARTIFICIAL de AR no PULMÃO, mas que deixava SEQUELAS. A técnica parou de ser usada nos anos 1960.

     FEBRE, HEMOPTISE, DISPNÉIA e SUORES NOTURNOS.
     A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
     Tosse, tosse, tosse.

     ISMAEL NERY, Pintor Surrealista do começo do SÉCULO XX, também morreu com a doença.

     A história foi mais tarde contada pela viúva dele, a Escritora ADALGISA NERY, no espetacular “A Imaginária”. ISMAEL NERY – “Resignação Diante do Irreparável”.

     No exterior, a PESTE BRANCA (a tuberculose) foi a responsável pelas mortes de GEORGE ORWELL, FRANZ KAFKA, FRÉDÉRIC CHOPIN e DOM PEDRO IV de PORTUGAL - o nosso DOM PEDRO I, que tinha Abdicado ao Trono Brasileiro e retornado para o Velho Continente.

     No SÉCULO XIX, a TUBERCULOSE marcou ainda as vidas de CASTRO ALVES, que morreu aos 24 anos, CASIMIRO de ABREU, que morreu aos 21, ÁLVARES de AZEVEDO, aos 20, e AUGUSTO dos ANJOS, aos 30. É deste, o poema, “Os Doentes”:
Vomitar o PULMÃO na noite horrível
Em que se deita SANGUE pela boca!
Expulsar aos bocados, a existência
Numa bacia autômata de barro
Alucinado, vendo em cada escarro
O retrato da própria consciência…

     Em PNEUMOTÓRAX, Manuel Bandeira pergunta a um Médico se algum tratamento poderia salvá-lo, mas ouve um não. “A única coisa a fazer é tocar um Tango Argentino”, completa o poeta.

     Para saber mais sobre o tema ler: - Série: - TUBERCULOSE e HISTÓRIA, por ANA ENEDI PRINCE - Cabral Editora Universitária.




     Em 1980, a então útil ONU (hoje quase inútil), a então útil OMS (hoje um cabide de empregos bens remunerados), além de outros Organismos Internacionais, declararam através da IMPRENSA MUNDIAL que a deformante e letal VARÍOLA estava ERRADICADA do Planeta TERRA. A “arma” usada para combater a terrível doença foi apenas uma VACINA!
    
     Em 1980, um País Continental chamado BRASIL, dava um exemplo ao MUNDO, de que, era capaz de ERRADICAR a debilitante POLIOMIELITE usando apenas uma VACINA, exemplo este seguido por outros países da AMÉRICA do SUL, e, depois, um benéfico caminho que foi trilhado por quase todos os Países do MUNDO. Mas...
    
     Em 1980, o Planeta TERRA foi “presenteado” com uma nova e misteriosa enfermidade chamada de SIDA ou AIDS. Após quase quatro décadas não existe uma única VACINA para evitar a enigmática patologia. Estranho ou muito estranho?
    
     Então a luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e, a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA, também continua.
    
     Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. BOA leitura, BOA saúde, BONS pensamentos e BOM DIA.
    
     Aracaju, capital do Estado de Sergipe, localizado no BRASIL, um País que combate ferozmente o ainda LÍCITO TABAGISMO e que quer legalizar na tora outras DROGAS ainda ILÍCITAS, inclusive a ESQUIZOFRÊNICA maconha. Não tem TREM na LINHA. Tem é TRAFICANTE “político” nessa estória.
    

    

ARACAJU, terça-feira, 23 de agosto de 2022.


JORGE MARTINS CARDOSO – Médico – CREMESE nº 573.
        
      




     FONTES: - (1) – INTERNET. (2) – GOOGLE. (3) – WIKIPÉDIA. (4) – LUIZ EDUARDO COSTA. É jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências. Além desse blog, é colunista do Portal F5 News. - (79) 99971-9933 - TEXTOS ANTIVIRAIS (87) – 19 de janeiro de 2022. (5) – OUTRAS FONTES.

jorge martins
Enviado por jorge martins em 23/08/2022
Alterado em 23/08/2022


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